Adolescente de 14 anos vai cumprir medida socioeducativa após matar pais e irmão no Rio de Janeiro

A Justiça do Rio de Janeiro decidiu o destino do menino que matou os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no Noroeste Fluminense. O adolescente de 14 anos será internado provisoriamente, conforme decisão judicial divulgada nesta quinta-feira (26).
O mandado de internação já está com o Oficial de Justiça e o local onde o jovem cumprirá a medida será definido pela Central de Vagas do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas).
O caso ainda está sob investigação e será levado a julgamento, mas o adolescente deve ficar apreendido por pelo menos 45 dias enquanto isso acontece. De acordo com a advogada criminalista Pamela Villar, ele pode ser responsabilizado por até quatro atos infracionais gravíssimos: três por homicídios – um para cada familiar morto – e um por ocultação de cadáver.

Como é menor de idade, o jovem não responde como um adulto. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) prevê que a punição seja socioeducativa, sendo a internação a mais severa.
Essa internação é parecida com uma prisão, mas garante a continuidade dos estudos e acompanhamento psicológico frequente. Ela pode durar até três anos, independentemente da quantidade de infrações cometidas.
“A decisão judicial de internação do adolescente foi deferida. Agora, aguardamos o respectivo mandado com o Oficial de Justiça para encaminhá-lo”, afirmou o delegado.
Entenda o caso do menino que matou os pais e o irmão
O crime chocou o país não só pela brutalidade, mas também pela motivação: o menino teria assassinado a família após ser impedido de viajar ao Mato Grosso para conhecer uma namorada virtual, com quem mantinha um relacionamento à distância iniciado em jogos online.
Segundo as investigações, ele esperou que os pais e o irmão dormissem e, durante a madrugada do último sábado (21), pegou a arma do pai – um revólver registrado, já que ele era CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) – e atirou em cada um deles.

Depois, arrastou os corpos para a cisterna da casa, onde ficaram escondidos até a chegada da Polícia Civil.
As vítimas foram identificadas como Inaila Teixeira, 37 anos, cabeleireira, o enfermeiro Antônio Carlos Teixeira, de 45, e o pequeno Antônio Filho, de apenas 3 anos.
Após executar a mãe, o pai e o irmão de apenas três anos, o jovem de 14 anos teria pesquisado como receber o FGTS de uma pessoa falecida. De acordo com a corporação, o pai do adolescente teria direito a cerca de R$ 33 mil em benefícios. A pesquisa no celular do jovem foi feita após os homicídios.
A frieza do crime ficou ainda mais evidente quando o menino que matou os pais confessou tudo a um tio. Segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª DP, o revólver usado nos assassinatos foi encontrado na casa da avó do adolescente. Ele teria confessado o crime a um tio, que foi ouvido e confirmou a confissão à polícia.
Fonte: ND Mais