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Brasileiro participa de uma coletiva de imprensa após ser acusado de supostamente tentar contrabandear drogas na ilha turística de Bali, na Indonésia — Foto: SONNY TUMBELAKA / AFP |
Um brasileiro foi preso na Indonésia sob a acusação de tentar entrar com mais de três quilos de cocaína na ilha turística de Bali. O caso, revelado nesta quinta-feira pela agência nacional antidrogas, pode resultar em pena de morte, já que o país asiático tem uma das legislações mais rígidas do mundo contra o tráfico de entorpecentes.
De acordo com as autoridades locais, o homem foi detido no dia 13 de julho, no aeroporto de Bali, enquanto viajava sozinho. Ele transportava duas bolsas com a droga, uma na mochila e outra na mala. Durante coletiva de imprensa, o representante da agência antidrogas I Made Sinar Subawa afirmou que o brasileiro disse ter recebido a missão de entregar o material a um homem residente em Bali.
O tráfico de drogas é punido com pena de morte na Indonésia. Atualmente, dezenas de pessoas — incluindo uma avó britânica condenada por contrabando de cocaína — aguardam no corredor da morte. As últimas execuções ocorreram em 2016, quando um indonésio e três nigerianos foram fuzilados após serem sentenciados por tráfico.
No mesmo dia que o brasileiro foi preso, uma cidadã sul-africana também foi detida ao desembarcar em Bali vinda de Cingapura. Segundo a polícia, ela escondia quase um quilo de metanfetamina nas roupas e confessou, durante interrogatório, que havia sido orientada a transportar a droga desde Joanesburgo.
Brasileiros executados na Indonésia
Ao longo dos anos 2000–2010, diferentes brasileiros foram presos na Indonésia por tentarem entrar no país com quantidades significativas de drogas. Um dos casos mais graves ocorreu com Marco Archer Cardoso Moreira, considerado o primeiro brasileiro executado no exterior. Ele foi preso em 2004 no aeroporto de Jacarta, após tentar entrar com cerca de 13 kg de cocaína escondidos nos tubos de uma asa‑delta desmontada.
Condenado à pena de morte em 2004, Archer foi executado por fuzilamento na ilha de Nusakambangan em 18 de janeiro de 2015, depois de recusar apelos de clemência do governo brasileiro.
Poucos meses depois, em 29 de abril de 2015, outro brasileiro, Rodrigo Muxfeldt Gularte, foi executado na mesma prisão, também por tráfico de cocaína. Ele havia sido preso em 2004 em Jacarta ao tentar transportar 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe.
Apesar de ter sido diagnosticado com esquizofrenia paranoide, condição que motivou apelos humanitários, sua execução foi mantida, gerando forte repercussão diplomática e críticas de organismos internacionais.
Fonte: O Globo