Incentivado pela "webnamorada", adolescente que matou a família em Itaperuna se inspirou em jogo de terror e considerou atirar os cadáveres aos porcos

A Polícia Civil constatou que a “webnamorada” do adolescente que matou a família não só sabia dos crimes, mas incentivou o triplo homicídio em Itaperuna, Rio de Janeiro. Ela foi apreendida na segunda-feira (30) em Mato Grosso.
Pelo computador dela, os investigadores descobriram que o casal trocou mensagens enquanto o garoto assassinava os pais e o irmão de apenas 3 anos em casa. Após a execução, a namorada pediu para ele “tirar foto” dos corpos.
O adolescente que matou a família usou a arma do pai, registrado como CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), e esperou as vítimas dormirem para cometer o crime brutal na noite de 21 de junho.
Em uma das mensagens, o garoto de 14 anos disse que o pai deveria ser morto primeiro, por representar maior risco à execução do plano. Eles também conversaram sobre formas de desaparecer com os cadáveres, mencionando desmembramento, incineração e até alimentação para porcos.
“As conversas que identificamos entre eles são conversas que assustam qualquer pessoa. A frieza com que eles conversavam sobre a morte dos pais daquele jovem, sobre como eles iriam se desfazer daqueles corpos”, destaca o delegado Mateus Soares Augusto, da Polícia Civil do Mato Grosso.
“Em determinado momento em que o jovem atira no seu pai, ele manda mensagem dizendo ‘atirei no meu pai’. E ela incentiva dizendo: ‘agora atira nela’, se referindo à mãe”, revela.
O menino confessou o crime quando a perícia descobriu os corpos das vítimas dentro da cisterna da casa em 25 de junho. Sobre a motivação, o adolescente que matou a família disse que foi impedido pelos pais de viajar para encontrar a namorada virtual.

Os jovens pretendiam morar juntos como um casal. O plano era que o garoto se mudasse para o Mato Grosso, onde trabalharia em um supermercado como empacotador.
A Polícia Civil ainda descobriu que o adolescente que matou a família pesquisou como sacar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de falecidos logo após o crime. O pai dele teria direito a R$ 33 mil, valor que poderia ser usado na viagem.
Adolescente que matou a família planejou fazer mais vítimas com apoio da ‘webnamorada’
A adolescente de 15 anos considerou matar a própria mãe em Água Boa, Mato Grosso. Nas mensagens, ela teria pedido para o namorado virtual trazer a arma quando viajasse para encontrá-la.
“O objetivo final deles era ficar junto e matar todos que aqueles que os impedissem de viver esse sonho, de viver esse amor proibido”, explica o delegado Mateus Soares Augusto.
O garoto também planejou matar a avó, mas acabou desistindo por receio de chamar atenção. Ele chegou a acompanhá-la na delegacia para registrar o desaparecimento dos familiares.
Conforme o delegado Carlos Augusto da Silva, do Rio de Janeiro, o casal mantinha relacionamento virtual há seis anos. Os dois teriam se inspirado em um jogo de terror, que retrata um casal de irmãos que mantêm relações incestuosas e matam os pais.
“Eles se identificavam com esse jogo, mas não jogavam. Pesquisei e vi que esse jogo chegou a ser banido na Austrália e voltou a ser reclassificado como para maiores de 18 anos”, disse o delegado.
Nas mensagens obtidas, a namorada virtual pressionou o adolescente que matou a família com frases como “tem que ser homem e vir me ver”, o que configura chantagem emocional.
Fonte: ND Mais