'Robô canibal': Cientistas desenvolvem robô capaz de ficar mais poderoso ao consumir outros; VÍDEO

Pesquisadores acreditam que máquinas serão positivas para operações de resgate, recuperação de desastres naturais e até missões espaciais de longa duração — Foto: Reprodução

Um robô que consegue crescer, se adaptar e até reparar seu próprio corpo ao “consumir” outros robôs foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Columbia, nos Estados Unidos. A equipe apresentou o experimento como um avanço rumo à criação de máquinas verdadeiramente autônomas, ou seja, capazes não apenas de pensar por si mesmas, mas também de se manter sem intervenção humana.

Batizado de “metabolismo robótico”, o conceito permite que a máquina integre peças de outros robôs ou materiais do ambiente para aprimorar suas capacidades e superar desafios físicos. O estudo foi publicado na última semana na revista Science Advances.

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“Assim como organismos biológicos absorvem e integram recursos, esses robôs conseguem crescer, adaptar-se e até se reparar usando módulos disponíveis ao redor ou de outras máquinas”, explica Philippe Martin Wyder, professor de engenharia e autor principal do estudo, em um comunicado.

O robô é composto por "truss links", hastes alongadas de seis lados com conectores magnéticos que podem se expandir e se contrair. Esses módulos podem ser montados e desmontados, permitindo que o robô mude de forma ou integre novas partes com facilidade.

Em um ambiente controlado, os cientistas observaram como esses módulos se conectaram para formar estruturas em 2D e, depois, evoluíram para uma forma 3D em formato de tetraedro, capaz de se locomover sobre terrenos irregulares. Em uma das etapas, o robô anexou uma peça extra como se fosse uma bengala para atravessar o solo acidentado.

Pesquisadores acreditam que máquinas serão positivas para operações de resgate, recuperação de desastres naturais e até missões espaciais de longa duração — Foto: Reprodução

Os pesquisadores acreditam que essa capacidade de transformação modular pode dar origem a um verdadeiro “ecossistema de máquinas”, no qual robôs se ajudam mutuamente ou reaproveitam componentes de unidades danificadas.

Embora o conceito remeta a cenários de ficção científica com robôs autorreplicantes e “canibais”, os cientistas destacam aplicações positivas, como o uso dessas máquinas em operações de resgate, recuperação de desastres e até missões espaciais de longa duração.

“Corpos robóticos ainda são monolíticos, pouco adaptáveis e não recicláveis. Já organismos biológicos são justamente o oposto: eles crescem, se curam e se adaptam”, observa Hod Lipson, coautor do estudo. “Vamos ter de ensinar robôs a fazer o mesmo, usar e reutilizar peças de outros robôs para sobreviver.”

Pesquisadores acreditam que máquinas serão positivas para operações de resgate, recuperação de desastres naturais e até missões espaciais de longa duração — Foto: Reprodução

Atualmente, dois princípios guiam a ideia descrita no estudo: o robô deve ser capaz de crescer de forma independente ou com a ajuda de outras unidades compatíveis, e só pode receber de fora energia e materiais brutos, sem intervenções humanas diretas.

A visão de longo prazo dos pesquisadores é criar robôs autossustentáveis, capazes de operar em ambientes extremos sem necessidade de manutenção humana constante.

“A imagem de robôs autorreplicantes desperta alguns cenários assustadores de ficção científica, mas a realidade é outra”, afirma Lipson. “À medida que delegamos mais tarefas às máquinas, de carros autônomos a operações militares e exploração espacial, precisamos que elas aprendam a se manter por conta própria.”

Fonte: O Globo


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