Apesar da aparência assustadora, especialistas explicam que se trata de uma infecção pelo papilomavírus de Shope, que não representa risco para humanos nem animais domésticos.
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Imagem de 26 de junho de 2013, feita a partir de um vídeo fornecido por Gunnar Boettcher, mostra um coelho em Mankato, Minnesota, que Boettcher apelidou de "Frankenstein", devido ao que parecem ser chifres crescendo em sua cabeça. — Foto: Gunnar Boettcher/Associated Press |
Imagens de coelhos com "tentáculos" saindo da cabeça viralizaram nas redes sociais ao longo da semana. Embora os animais pareçam ter saído de um filme de terror, não há motivo para pânico — os bichinhos estão apenas infectados por um vírus relativamente comum, segundo cientistas.
Segundo a Associated Press, os coelhos-de-cauda-de-algodão observados recentemente em Fort Collins, nos Estados Unidos, carregam o vírus do papiloma de Shope, em geral inofensivo, que provoca verrugas que se projetam do rosto dos animais como se fossem chifres em metástase.
Kara Van Hoose, porta-voz da agência Colorado Parks and Wildlife, explica que é comum encontrar animais infectados na região, que fica a 105 km de Denver, especialmente no verão, quando pulgas e carrapatos — transmissores do vírus — estão mais ativos. A transmissão ocorre entre coelhos, mas não passa para outras espécies, incluindo humanos e animais domésticos.
Em entrevista à AP, ela explicou, ainda, que os chifres não prejudicam os coelhos, a menos que cresçam sobre os olhos ou a boca e atrapalhem a alimentação. O sistema imunológico dos animais costuma combater o vírus naturalmente e, quando isso acontece, os tumores desaparecem.
O vírus recebeu o nome do Dr. Richard E. Shope, professor da Universidade Rockefeller que o descobriu em coelhos-de-cauda-de-algodão na década de 1930. A doença nos coelhos também ajudou cientistas a entender a relação entre vírus e câncer, como o papilomavírus humano (HPV), responsável pelo câncer de colo do útero.
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Foto fornecida pelo Instituto de Biodiversidade da Universidade do Kansas mostra um espécime de coelho com o vírus do papiloma Shope — Foto: University of Kansas Biodiversity Institute/Associated Press |
Fonte: G1