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Empresário Álvaro Borges Ribeiro, que foi morto a facadas no Centro do Rio, ajudava financeiramente o suspeito do crime — Foto: Reprodução |
Morto a facadas na última segunda-feira, o empresário Álvaro Borges Ribeiro, de 70 anos, era conhecido por ajudar financeiramente pessoas em situação de rua no Centro do Rio. Segundo testemunhas, uma delas era Carlos André da Silva e Souza, autor do crime, que foi preso por policiais militares nesta quarta e levado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A motivação do crime seria um desentendimento entre os dois, já que Álvaro parou de ajudar Carlos André após ser destratado por ele.
Quem era o empresário?
Álvaro era proprietário da empresa Esperança Serviços Aduaneiros, criada em 1996, e trabalhava no prédio da Rua da Quitanda, no Centro, há 29 anos. De acordo com pessoas próximas, o empresário era muito amigo dos camelôs da região e de todos que o conheciam.
Uma funcionária do prédio onde a empresa de Álvaro atuava, que preferiu não se identificar, conta que ele era muito querido pelas pessoas no prédio e na rua, pois estava sempre ajudando a todos.
— Álvaro era uma pessoa incrível. Todos tínhamos um grande respeito por ele. Super educado, gentil, atencioso com todos. Inclusive, o assassino sempre foi alimentado por ele, até medicamentos ele dava. Todos da região ficaram chocados e revoltados por ele ter sido morto por uma pessoa que ele ajudava. Ele e todos os seus familiares eram superatenciosos — contou ela, lamentando a morte do empresário.
Segundo o delegado titular da DHC, Augusto Lago Garcia, testemunhas relataram que a própria vítima falou que estava sendo ameaçada. Além disso, há imagens de câmeras de segurança que gravaram o dia em que Carlos André foi até o prédio fazer ameaças.
— Isso tudo começou depois que o Álvaro parou de ajudá-lo. Ele passou a cismar com a vítima até que matou — disse o delegado.
Confissão espontânea
Durante a prisão, o delegado relata que, apesar de dar algumas declarações confusas, Carlos André confessou o crime espontaneamente. Quando estava em frente a 4ª DP (Praça da República), ele disse que o idoso “estava com um barrigão e que queria retirar as tripas” da vítima.
A localização e prisão do suspeito foi feita numa ação conjunta da Operação Segurança Presente no Centro com o 5º BPM (Praça da Harmonia) na Lapa. No dia do crime, também foi possível ver o suspeito nas imagens das câmeras.
— Ele cometeu o crime de máscara, mas momentos depois ele a tirou. Nós, então, passamos essas imagens para a equipe do segurança presente — afirmou o delegado.
Além disso, outra coisa que facilitou a identificação do suspeito foi o fato dele estar usando a mesma roupa do dia do assassinato.
— Fomos coletando informações, conversando com populares nas ruas e acabou que, hoje, por ele estar com a mesma roupa do outro dia, chamou a atenção de pessoas na região, que então falaram com um policial que estava passando — contou o major Valadão, que também acompanhou a prisão.
O major ainda nega as informações que circularam, vinculando novas ocorrências de venda ilegal de passagens com o cartão Jaé a Carlos André. Ele explica que mais um caso ocorreu nessa quarta-feira, mas segue aguardando depoimento.
Fonte: O Globo