Pedagogos explicam por que as telas devem ser evitadas na primeira infância

O excesso às telas pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo das crianças. • Foto: Freepik
Hoje em dia é comum ouvir que as crianças já nascem sabendo mexer no celular. Em um mundo hiperconectado, não é raro ver os pequenos dominando tablets e computadores antes mesmo de aprender a escrever. Mas será que essa familiaridade precoce com as telas é realmente saudável para seu desenvolvimento cognitivo?
Para Taís Guimarães, pedagoga da Rede Legacy School e especialista em desenvolvimento intelectual infantil, o uso excessivo de telas pode não só atrapalhar o crescimento, como também desencadear problemas de sono, ansiedade e empobrecimento da imaginação. Já Helena Ferreira da Cunha, professora e fundadora da escola Escola Waldorf Novalis de Piracicaba, defende que, com o contato precoce com a tecnologia, a criança pode perder o interesse em brincar:
“Criança é puro movimento. Correr, rolar, saltar, trepar em árvores são atividades tão necessárias para o desenvolvimento neurológico da criança como é o alimento para o corpo e o ar para os pulmões. Diante das telas a criança fica imóvel, seus movimentos ficam contidos e nem mesmo os olhos precisam se mexer, já que tudo acontece no plano da tela”, complementa a educadora.
Por isso, é importante que os adultos responsáveis tenham o cuidado em mediar esse acesso à tecnologia, além de incentivar os pequenos a brincar de forma analógica. Para isso, Guimarães recomenda que seja estabelecido um limite de horário para o uso de telas, oferecendo alternativas, como jogos, esportes, leitura e músicas.
Para crianças pequenas
Na primeira infância, brinquedos de montar ou com estímulo musical são ótimas pedidas para desenvolver a coordenação motora e noções de ritmo. Para bebês e crianças de colo, no entanto, é importante tomar cuidado com peças pequenas que possam ser ingeridas.
Estimulando a criatividade
Para crianças mais velhas, já é possível introduzir brincadeiras mais complexas, utilizando massinhas de modelar ou blocos de madeira para não só auxiliar nas habilidades motoras e capacidade cognitiva, mas também despertar a criatividade.
Jogos e esportes
Essenciais para estimular o raciocínio e a memória, jogos de tabuleiro são ótimas opções para substituir as telas. Além disso, para introduzir os pequenos aos esportes, bolas, cordas e pedalinhos são investimentos recomendados.
Qual o tempo de tela recomendado para crianças?
A pedagoga da Rede Legacy School recomenda o limite de duas horas diárias para crianças de 6 a 10 anos. Já para a fase dos 2 aos 5, uma hora por dia, desde que haja supervisão constante do conteúdo acessado, preferindo por canais infantis ou desenhos e jogos educativos.
Antes dos 2 anos, a especialista em desenvolvimento infantil sugere que as telas sejam evitadas ao máximo.
Fonte: CNN Brasil