Entenda o que muda na prática assim que projeto que amplia faixa de isenção do Imposto de Renda for aprovado e entrar em vigor, o que está previsto para o ano que vem
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Foto: Ilustrativa |
A partir de 2026, com a possível entrada em vigor da nova regra que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, os contribuintes vão precisar ficar atentos aos detalhes no contracheque, principalmente no campo dos descontos, para ver se estão relacionados e feitos corretamente.
O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados por unanimidade no início de outubro e agora precisa passar pelo Senado. Se for aprovado sem modificações no texto, poderá seguir para ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O texto aprovado na Câmara dos Deputados também estabelece um desconto progressivamente menor para quem ganha até R$ 7.350 por mês.
A mudança pode gerar um "ganho adicional" de R$ 4.356,89 por ano para quem recebe até R$ 5 mil, incluindo a isenção do IR também sobre o 13° salário. A nova medida também vai resultar em redução de pagamento para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Por exemplo, quem recebe R$ 6.260 terá uma economia anual de R$ 1.822,01.
Hoje, é isento do Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036) por mês, no valor atual.
Para Carla Tasso, contadora e diretora do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-ES), o principal ponto de observação para os trabalhadores com carteira assinada (CLT) é a coluna de descontos.
“Eles vão ter que observar se o desconto do Imposto de Renda a partir de 2026 foi efetuado corretamente, considerando a isenção aprovada”, explica Carla Tasso.
Ela lembra que é fundamental se atentar que o cálculo do Imposto de Renda considera o salário e os rendimentos obtidos ao longo do período. Isso inclui os proventos como o salário básico, as horas extras e o adicional noturno, os quais são base para o cálculo do IR.
Carla Tasso alerta que, devido à inclusão desses adicionais (como trabalho em feriados ou comissões), o valor total dos proventos pode variar de um mês para o outro, fazendo com que o trabalhador mude de faixa e tenha um desconto diferente.
Com o valor extra no dia a dia de mais de 200 mil trabalhadores do Espírito Santo, Carla Tasso destaca que esse dinheiro pode ser revertido em despesas essenciais, podendo ser usado para pagar plano de saúde, custear escola ou investir em alimentação.
“Pode contribuir muito para as despesas essenciais da família, como remédio, supermercado, que são coisas que a gente não deveria parcelar,” comenta a diretora do Sescon-ES.
Fonte: A Gazeta