Polícia indicia professor por suspeita de assédio sexual contra 8 alunas no Norte do ES



Segundo a Polícia Civil, vítimas relataram em detalhes que eram submetidas a constrangimentos de natureza sexual pelo professor; Sedu diz que o caso está sendo investigado pela corregedoria e que estudantes estão recebendo assistência


A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Proteção à Criança, Adolescente e Idoso (DPCAI) de Linhares, concluiu a investigação e indiciou, na sexta-feira (14), o professor de uma escola de ensino médio de Linhares, no Norte do Espírito Santo, por suspeita de assediar sexualmente oito alunas.

O crime teria sido praticado diversas vezes em continuidade delitiva, ou seja, repetido ao longo do tempo, com o mesmo método e no mesmo ambiente. De acordo com a Polícia Civil, todas as vítimas têm entre 17 e 18 anos.

Segundo a Polícia Civil, as vítimas contaram, de forma detalhada, que eram submetidas a constrangimentos de natureza sexual pelo professor dentro do ambiente escolar. Durante a investigação, outros estudantes foram ouvidos como testemunhas e confirmaram que o investigado mantinha condutas inapropriadas com as alunas.

A delegada responsável, Viviane Furtado Mattos Rezende, afirmou que os abusos só vieram à tona após uma palestra sobre abuso sexual promovida pela própria DPCAI dentro da escola. O encontro, segundo ela, criou um ambiente seguro para que as jovens se sentissem encorajadas a denunciar.

Ainda de acordo com a Civil, as investigações também identificaram omissão por parte da direção da escola. Documentos anexados ao inquérito mostram que alunos já haviam procurado a administração meses antes das denúncias formais, mas nenhuma medida foi tomada. Por isso, uma cópia do inquérito foi enviada à Secretaria de Educação (Sedu) para providências administrativas.

Em nota enviada à reportagem, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) salienta que repudia qualquer tipo de violência e informa que, desde o início das investigações sobre o caso, tem contribuído com as autoridades policiais.

"Vale ressaltar, ainda, que o caso está sendo investigado pela corregedoria da Sedu, o professor foi afastado das suas atividades, não tendo mais vínculo com a escola, e, quanto aos estudantes, eles têm sido acompanhados pela equipe multidisciplinar do programa de Ação Psicossocial e Orientação Interativa Escolar (Apoie)", destaca a pasta.

O inquérito foi concluído e remetido ao Poder Judiciário, que agora vai analisar o caso e decidir sobre eventuais medidas judiciais contra o professor. Os nomes dos envolvidos e do bairro onde o fato foi registrado não estão sendo divulgados para preservar a identidade da vítima, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).

Vítimas de assédio ou violência sexual podem buscar ajuda e realizar denúncias pelos canais oficiais. O Ligue 180, da Central de Atendimento à Mulher, recebe denúncias de importunação e assédio sexual e oferece orientações às vítimas. O Disque 100 também atua 24 horas e aceita relatos anônimos de violações de direitos. A Polícia Civil pode ser acionada pelas delegacias especializadas ou pelo site oficial da corporação.

Fonte: A Gazeta 



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