Formado pela USP e herdeiro de uma fortuna milionária, ele vive recluso longe da internet e da irmã Suzane, 23 anos após o crime que chocou o país
Com o lançamento da série "Tremembé", o nome de Andreas von Richthofen voltou a ser lembrado. O irmão de Suzane von Richthofen teve a vida marcada pelo assassinato brutal dos pais, Manfred e Marísia, em 2002, um crime que chocou o país pela frieza e pelo envolvimento direto da filha mais velha da família.
Na época, Andreas tinha apenas 15 anos. De repente, viu-se órfão, herdeiro de uma fortuna e protagonista involuntário de um dos casos mais emblemáticos do noticiário policial brasileiro.
Buscando se afastar do escândalo, o jovem se dedicou aos estudos e manteve-se longe dos holofotes.
Ele terminou o ensino médio, ingressou na Universidade de São Paulo (USP) e se formou em Farmácia e Bioquímica. Posteriormente, concluiu o doutorado em Química Orgânica na mesma instituição, demonstrando disciplina e empenho acadêmico.
Mesmo com a formação sólida, Andreas nunca buscou notoriedade, preferindo uma vida reservada, sem presença pública ou atuação conhecida na área científica.
Em 2017, o nome de Andreas voltou a aparecer nos noticiários. Ele foi detido por policiais militares após invadir uma residência na Zona Sul de São Paulo, durante um surto psicótico. O episódio, que revelou o período difícil que atravessava, terminou com sua internação em uma ala psiquiátrica.
Mais tarde, soube-se que Andreas havia enfrentado problemas com o uso de drogas e álcool, chegando a passar dois meses em tratamento.
Nos anos seguintes, Andreas se isolou completamente. Ele passou a viver em um sítio herdado dos pais, em São Roque, no interior de São Paulo. Segundo o jornalista Ullisses Campbell, autor do livro que originou a série "Tremembé", o local onde Andreas vive não tem acesso à internet nem sinal de celular. O isolamento é completo, e o ex-estudante da USP evita qualquer contato com o mundo exterior, sendo raramente visto por vizinhos.
Durante a pandemia, ele vendeu parte das propriedades herdadas e comprou um novo lote na mesma região, onde permanece até hoje, mantendo o estilo de vida simples e reservado.
Andreas é o único herdeiro de um patrimônio estimado em 10 milhões de reais, composto por imóveis, carros e terrenos deixados pelos pais. No entanto, com o passar dos anos, o patrimônio passou a ser acompanhado por dívidas, principalmente de IPTU e taxas de condomínio.
Segundo Campbell, oficiais de justiça de São Paulo têm dificuldade em encontrá-lo para notificações judiciais. Caso os débitos, que somam cerca de 500 mil reais, não sejam quitados, parte dos imóveis poderá ir a leilão.
Apesar de ser o último membro direto da família von Richthofen, Andreas rompeu há muito tempo qualquer vínculo com a irmã. Em entrevista ao programa "Tá na Hora", do SBT, em abril de 2024, ele foi categórico ao afirmar que não mantém contato com Suzane e que jamais a perdoou, nem aos irmãos Cravinhos, cúmplices do crime.
Vinte e três anos após o crime, o menino que viu sua família desmoronar vive hoje afastado da sociedade, em meio à natureza, cercado por lembranças e por uma história que o país jamais esqueceu.
Fonte: CNN Brasil


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