Dados do Censo 2022 mostram que milhões de brasileiros vivem em vias acessíveis apenas a pedestres, motos ou bicicletas, dificultando acesso a serviços básicos como coleta de lixo, ambulâncias e transporte público.
📰 O que revela o levantamento
O relatório IBGE aponta que 19,1% da população que vive em favelas habita vias que não suportam veículos como carros, caminhões ou ônibus — ou seja, ruas estreitas, becos, vielas ou escadarias.
No total, isso representa cerca de 3,1 milhões de pessoas vivendo em locais com acesso restrito a pé, de moto ou bicicleta.
Essa realidade contrasta fortemente com o restante da população fora dessas comunidades: apenas 1,4% fora das favelas vivem em ruas inacessíveis a carros.
🚨 Impactos da falta de acesso viário
A limitação de acesso dificulta a chegada de serviços essenciais — como ambulâncias, caminhões de lixo e transporte público — diretamente às residências.
Também reduz a oferta de infraestrutura urbana adequada, como coleta regular de lixo, transporte de carga, retirada de entulhos, e dificulta intervenções emergenciais.
A precariedade urbana revela desigualdades persistentes: mesmo morando em áreas com grande densidade habitacional, moradores de favelas têm menos garantias de infraestrutura básica comparado à população de áreas regulares.
🔎 Contexto mais amplo — desigualdades urbanísticas
Além do problema do acesso por veículos, o levantamento revela outras carências nas favelas: por exemplo, a infraestrutura de calçadas é precária — com poucas vias adaptadas para pedestres ou pessoas com mobilidade reduzida.
A pavimentação não alcança 100% das vias: embora a maioria tenha algum tipo de revestimento, cerca de 21,7% dos moradores vivem em ruas sem pavimentação adequada.
A soma desses fatores reforça o diagnóstico de “exclusão histórica” de populações de favelas no acesso à infraestrutura urbana — com consequências diretas sobre qualidade de vida, acesso a serviços públicos, segurança e dignidade.
Da redação com informações da Agência Brasil


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