Novo documento da Igreja Católica destaca que a relação entre marido e mulher vai além da procriação, mas mantém restrições a práticas consideradas contrárias à doutrina
O Vaticano divulgou um novo documento doutrinário que trata da vivência da sexualidade no casamento, reafirmando princípios tradicionais da Igreja Católica, ao mesmo tempo em que amplia a compreensão sobre o papel da intimidade entre os cônjuges. O texto reforça que a relação sexual entre marido e mulher não deve ser vista apenas como meio de gerar filhos, mas também como expressão de amor, união, cuidado e fidelidade.
Segundo o documento, casais que, por motivos naturais ou de saúde, não podem ter filhos continuam vivendo plenamente o sacramento do matrimônio. A Igreja reconhece que a infertilidade não retira o valor da vida conjugal nem da sexualidade, que passa a ser entendida também como instrumento de fortalecimento emocional e espiritual da relação.
Outro ponto abordado é a possibilidade de relações durante os períodos naturais de infertilidade da mulher, situação que, de acordo com o texto, não compromete os princípios do casamento católico quando vivida no contexto da reciprocidade, do respeito e do compromisso mútuo.
Por outro lado, o documento mantém restrições já tradicionais da doutrina católica. O uso de métodos contraceptivos artificiais continua sendo condenado pela Igreja, assim como as relações sexuais fora do casamento. A instituição também reafirma que o matrimônio deve ser monogâmico, rejeitando práticas como a poligamia e o poliamor, que não se enquadram no modelo defendido pela fé católica.
A publicação reforça ainda que a sexualidade conjugal deve estar baseada na entrega mútua, no cuidado, na fidelidade e na exclusividade, pilares considerados essenciais para a construção da vida a dois dentro dos valores cristãos.
O novo posicionamento busca atualizar a abordagem sobre o tema sem romper com os fundamentos históricos da Igreja, destacando que o sexo, no contexto do casamento, também é uma forma legítima de expressão do amor e da comunhão entre os cônjuges.


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