O Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,09% em julho, ficando
próximo à taxa de junho (0,06%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,42% e, em
12 meses, de 3,27%, resultado abaixo dos 3,84% registrados nos 12 meses
imediatamente anteriores. Em julho de 2018, a taxa havia sido de 0,64%.
Período
|
TAXA
|
Julho
de 2019
|
0,09%
|
Junho
de 2019
|
0,06%
|
Julho
de 2018
|
0,64%
|
Acumulado
no ano
|
2,42%
|
Acumulado
nos 12 meses
|
3,27%
|
O grupo dos Transportes,
que havia subido 0,25% no mês anterior, recuou 0,44% em julho, exercendo o
impacto negativo mais intenso no índice do mês: -0,08 ponto percentual (p.p.).
No lado das altas, o destaque ficou com o grupo Habitação, com
variação de 0,43% e 0,07 p.p. de impacto. Alimentação e bebidas (0,03%),
por sua vez, apresentou leve alta, após registrar queda de 0,64% em junho.
Outros destaques foram Despesas pessoais (0,48%) e Saúde
e cuidados pessoais (0,34%), com impactos de 0,05 p.p. e 0,04 p.p.,
respectivamente. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,19% em Vestuário e
a alta de 0,14% em Comunicação, conforme mostra a tabela a seguir:
Grupo
|
Variação
(%)
|
Impacto
(p.p.)
|
||
Junho
|
Julho
|
Junho
|
Julho
|
|
|
||||
Índice
Geral
|
0,06
|
0,09
|
0,06
|
0,09
|
|
||||
Alimentação
e bebidas
|
-0,64
|
0,03
|
-0,16
|
0,01
|
Habitação
|
0,52
|
0,43
|
0,08
|
0,07
|
Artigos
de residência
|
0,01
|
-0,06
|
0,00
|
0,00
|
Vestuário
|
0,09
|
-0,19
|
0,01
|
-0,01
|
Transportes
|
0,25
|
-0,44
|
0,05
|
-0,08
|
Saúde e
cuidados pessoais
|
0,58
|
0,34
|
0,07
|
0,04
|
Despesas
pessoais
|
0,11
|
0,48
|
0,01
|
0,05
|
Educação
|
0,09
|
0,12
|
0,00
|
0,01
|
Comunicação
|
0,00
|
0,14
|
0,00
|
0,00
|
Fonte: IBGE, Sistema Nacional de Índices de Preços
ao Consumidor
|
O resultado do grupo dos Transportes (-0,44%)
foi influenciado pela queda nos preços dos combustíveis (-3,00%),
especialmente da gasolina (-2,79%), que foi o impacto negativo
mais intenso no índice do mês, -0,12 p.p. O etanol, que já havia
recuado em junho (-4,57%), teve nova queda (-4,55%) em julho, contribuindo com
-0,04 p.p. O óleo diesel (-1,59%) e o gás veicular (-0,49%)
também caíram, após as altas de 0,86% e 1,93%, respectivamente, em junho.
Ainda em Transportes, a
alta de 0,38% nos ônibus urbanos decorre do reajuste de 9,09%
nas tarifas de Belém (6,20%), vigente desde 5 de junho. Já nos ônibus
intermunicipais(0,08%) destacam-se os reajustes de 10,00% em Fortaleza (2,23%),
em vigor desde 25 de maio, e de 6,66% em Porto Alegre (0,14%),
a partir de 1º de junho. O item ônibus interestadual (2,56%)
reflete o reajuste, a partir de 1º de julho, de 3,20% no coe?ciente para
cálculo do valor da passagem referencial para cada mercado.
A maior contribuição individual
positiva no índice do mês também veio de um item dos Transportes:
as passagens aéreas (18,10% e 0,07 p.p. de impacto no índice
do mês), que já haviam subido 18,98% em junho.
Em Habitação (0,43%),
o maior impacto (0,04 p.p.) foi o da energia elétrica (1,13%),
que acelerou em relação a junho (0,64%) e subiu pelo sexto mês consecutivo.
Após a vigência, no mês anterior, da bandeira tarifária verde, sem cobrança
adicional na conta de luz, passou a vigorar, em julho, a bandeira amarela, que
onera as contas de luz em R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
As variações regionais vão desde a
queda de 2,00% em Recife até a alta de 4,74% em Belo
Horizonte, onde houve reajuste médio de 7,89% nas tarifas a partir de 28 de
maio. Em São Paulo (2,05%), houve reajuste de 7,03% em uma das
concessionárias, vigente desde 4 de julho. Além disso, foram registrados também
reajustes em Curitiba (0,68%) – reajuste médio de 3,41%, em
vigor desde 24 de junho – e Porto Alegre (0,25%), onde duas
das três concessionárias de energia da região se fundiram e, de modo a unificar
suas tarifas, foram concedidos reajustes de 3,61% e 6,19%, a partir de 19 de
junho.
Ainda em Habitação, o
resultado do item gás encanado (4,01%) reflete o reajuste de
até 27,00% nas tarifas em São Paulo (10,07%), vigente desde 31
de maio. Já o resultado da taxa de água e esgoto (1,50%) é
consequência da apropriação dos seguintes reajustes: Goiânia (2,31%)
– reajuste de 5,79%, a partir de 1º de julho; Porto Alegre (1,51%)
– reajuste de 7,69% nas tarifas de uma das concessionárias, a partir de 1º de
julho; Salvador(4,45%) – reajuste de 4,70%, a partir de 12 de
junho; Brasília (1,94%) – reajuste de 3,45%, a partir de 1º de
junho; Curitiba (8,38%) – reajuste de 8,38%, a partir de 24 de
maio, que não havia sido incorporado nos índices anteriormente.
Região
|
Peso Regional (%)
|
Variação Mensal (%)
|
Variação Acumulada (%)
|
||
Junho
|
Julho
|
Ano
|
12 meses
|
||
Rio de Janeiro
|
12,46
|
-0,01
|
0,26
|
2,54
|
3,18
|
Belém
|
4,65
|
-0,11
|
0,25
|
2,98
|
3,91
|
Brasília
|
3,46
|
0,30
|
0,22
|
2,01
|
2,76
|
Fortaleza
|
3,49
|
0,28
|
0,21
|
3,55
|
4,03
|
Belo Horizonte
|
11,23
|
0,10
|
0,20
|
2,55
|
3,13
|
Curitiba
|
7,79
|
0,04
|
0,18
|
1,77
|
2,41
|
Salvador
|
7,35
|
0,03
|
0,13
|
2,75
|
3,16
|
Recife
|
5,05
|
-0,03
|
0,10
|
2,72
|
2,86
|
Porto Alegre
|
8,40
|
-0,21
|
0,06
|
2,38
|
3,53
|
São Paulo
|
31,68
|
0,16
|
-0,06
|
2,36
|
3,54
|
Goiânia
|
4,44
|
-0,02
|
-0,19
|
1,67
|
3,08
|
|
|||||
Brasil
|
100,00
|
0,06
|
0,09
|
2,42
|
3,27
|
Fonte: IBGE,
Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor
|
Em Fortaleza (-2,49%),
no dia 2 de julho, houve redução, de 15,86% para 4,31%, do reajuste concedido
inicialmente em fevereiro. No entanto, a partir do dia 9 de julho, a redução
foi cancelada e o reajuste de 15,86% voltou a vigorar.
O grupo Alimentação e bebidas (0,03%)
teve ligeira alta, após cair 0,64% no mês anterior. A batata-inglesa (8,30%)
e a cebola (12,81%) subiram em julho e contribuíram, cada uma,
com 0,02 p.p. no IPCA-15 de julho. No lado das quedas, o destaque mais uma vez
foi o feijão-carioca (-12,47%), cujos preços caíram pelo
quarto mês seguido. As frutas (-1,22%) e o leite longa
vida (-0,96%) também tiveram deflação em julho, este último após uma
alta de 2,80% em junho.
Em Saúde e cuidados pessoais (0,34%),
houve desaceleração em relação ao mês anterior (0,58%), especialmente por conta
dos itens de higiene pessoal, cuja alta passou de 1,10% em junho
para 0,14% em julho. O maior impacto individual no grupo veio do plano
de saúde (0,80%), com 0,03 p.p.
O grupo Despesas pessoais (0,48%),
por sua vez, acelerou em relação a junho (0,11%). Contribuíram para esse
resultado as altas nos preços de alguns serviços, como cabeleireiro (0,82%), empregado
doméstico (0,24%) e manicure (0,25%), e também o
resultado de excursão (4,47%), que havia apresentado queda de 1,08% no IPCA-15
de junho.
Duas regiões tiveram deflação em
julho (tabela a seguir). O menor índice foi no município de Goiânia (-0,19%),
em função da queda no preço da gasolina (-3,35%). Já o maior
resultado foi na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,26%),
devido à alta das passagens aéreas (22,93%).
Para o cálculo do IPCA-15,
os preços foram coletados entre 13 de junho e 12 de julho de 2019 (referência)
e comparados com aqueles vigentes entre 16 de maio e 12 de junho de 2019
(base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários
mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre,
Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além
de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença
está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Assessoria
de Comunicação IBGE