A taxa básica de juros – a Selic – será definida nesta semana. A quinta
reunião deste ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central
(BC), responsável por definir a taxa, será realizada terça e quarta-feira (31).
Segundo a última pesquisa do BC ao mercado financeiro, a expectativa é
que o Copom inicie um ciclo de cortes na Selic, em momento de economia fraca. A
previsão do mercado é que a Selic sofra cortes de 0,25 ponto percentual nesta
semana e nas próximas três reunião (setembro, outubro e dezembro), encerrando
2019 em 5,5% ao ano. Atualmente, a taxa básica está em 6,5% ao ano.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do banco para alcançar
a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Neste ano,
a meta é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para o mercado
financeiro, a inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) deve ficar abaixo do centro da meta, em 3,78%. Para 2020, a
previsão também está abaixo da meta (4%), em 3,9%.
Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito
e incentivar a produção e o consumo. Para cortar a Selic, o Copom precisa estar
seguro de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da
meta de inflação.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança.
O Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto
– comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros
próxima ao valor definido na reunião do Copom.
A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a
taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional,
registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
Histórico
De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa Selic foi mantida em 7,25% ao
ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% em julho de
2015. Nas reuniões seguintes, a taxa foi mantida nesse patamar.
Em outubro de 2016, foi iniciado um longo ciclo de cortes, quando a taxa
caiu 0,25 ponto percentual para 14% ao ano.
O processo durou até março de 2018, quando a Selic chegou ao seu mínimo
histórico, 6,5% ao ano, e depois disso foi mantida pelo Copom nas reuniões
seguintes.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro são feitas
apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias
brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia,
os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e
definem a Selic.
Agência
Brasil