Funcionários públicos marcaram manifestações
em todo o país nesta sexta-feira (24) contra a decisão do governo federal de
utilizar 7.000 militares da reserva para atendimento nas agências do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social).
Em São Paulo, o ato está sendo organizado
pelo Sinsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no
Estado de São Paulo). A entidade recomenda que os participantes utilizem roupa
preta e a atividade tem concentração marcada na agência do INSS da rua Xavier
de Toledo, às 14h. De lá, os manifestantes partirão para a Superintendência do
INSS, que fica no viaduto Santa Ifigênia. Os dois endereços ficam na região
central da capital paulista.
As entidades tradicionalmente programam atos
para o Dia do Aposentado, comemorado nesta sexta-feira (24).
Neste ano, segundo os organizadores, os
servidores consideraram importante a principal bandeira ser criticar a decisão
do governo federal de chamar militares para atendimento nas agências - o que
eles denominam de "militarização do INSS". O objetivo,
dizem, é chamar a atenção também para a urgência de novos concursos
públicos.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
disse que a MP (medida provisória) que permite a utilização deste pessoal já
está assinada e deve ser publicada nos próximos dias. A convocação faz
parte do mutirão para diminuir a fila de pedidos de benefícios do
INSS. São quase dois milhões de processos aguardando análise em todo o
país, sendo que 1,3 milhão está acima do prazo oficial de 45 dias.
Os atos têm apoio do Fonacate (Fórum
Nacional Permanente de Carreiras Típicas de
Estado), Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço
Público Federal) e outras entidades.
"Vamos também fazer panfletagem em
agências de São Paulo e de 20 cidades do interior para explicar para a
população porque o INSS chegou a esse ponto de ter uma fila com dois milhões de
pedidos de benefício", diz Cristiano Machado, da diretoria estadual do
Sinsprev. O atendimento ao segurado não deve ser prejudicado. "Pensamos,
sim, em uma paralisação, mas só em março", afirma.
De acordo com o sindicalista, em torno de 30%
dos funcionários do INSS no Estado de São Paulo se aposentaram nos últimos três
anos. A mão de obra não foi reposta, o que tem prejudicado o atendimento ao
cidadão e também a análise técnica dos processos.
Diretor da Fenasps (Federação Nacional dos
Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência
Social), Moacir Lopes sugere que o governo federal utilize servidores
aposentados do INSS no lugar dos militares.
"O ideal é contratar por concurso
público, mas em um período de emergência, como é o atual, a melhor solução é
chamar servidores aposentados do INSS. A análise de processos é técnica,
complexa e cheia de regras. Não vai adiantar nada colocar pessoas sem qualificação
lá", afirma.
Lopes acredita seria adequada a
contratação de 16 mil novos servidores para o INSS em todo o Brasil para um
atendimento mais ágil.
Fonte:
Noticia ao Minuto