A taxa de juros do
cheque especial caiu em janeiro, mas ficou acima do limite estabelecido pelo
Banco Central (BC). Os juros chegaram a 165,6% ao ano em janeiro, primeiro mês
em que a medida começou a valer, a partir do dia 6.
O BC determinou que
os bancos não poderão cobrar taxas superiores a 8% ao mês, o equivalente a
151,8% ao ano. Por outro lado, as instituições financeiras foram autorizadas a
cobrar a partir de 1º de junho tarifa dos atuais correntistas com limite do
cheque especial superior a R$ 500 por mês. A tarifa será equivalente a 0,25% do
limite que exceder R$ 500. Há bancos que anunciaram isenção dessa tarifa para
os clientes.
Em dezembro, os juros
do cheque especial estavam em 247,6% ao ano. Houve, portanto, redução de 82
pontos percentuais de dezembro para janeiro.
O BC revisou a
metodologia de cálculo dos juros do cheque especial. Agora os bancos devem
informar ao BC quanto efetivamente foi cobrado de juros, considerando os
clientes que têm o benefício de um período de isenção ou redução de juros,
geralmente por 10 dias no mês. Para que isso ocorra, a primeira taxa média
informada pelos bancos será estimada e no mês seguinte será substituída pela
taxa efetiva.
Com a revisão da
série histórica de acordo com essa metodologia, a taxa média de juros das
concessões do cheque especial a pessoas físicas, em dezembro de 2019, passou de
302,5% ao ano (estatística divulgada em janeiro) para 247,6% ao ano
(estatística revisada). Nas concessões a pessoas jurídicas a taxa caiu 331,5%
ao ano(estatística divulgada em janeiro) para 310,9% ao no (estatística
revisada).
Os juros do rotativo
do cartão de crédito caíram em janeiro, passando de 318,8% ao ano, em dezembro,
para 316,8% ao ano, no mês passado. Essa taxa é a média formada com base nos
dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.
No caso do cliente
adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a
taxa chegou a 290% ao ano em janeiro, aumento de 3,8 pontos percentuais em
relação a dezembro. Já a taxa cobrada dos clientes que não pagaram ou atrasaram
o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) os juros caíram 6,5 pontos
percentuais, indo para 333,1% ao ano.
O rotativo é o
crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura
do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições
financeiras parcelam a dívida.
Na modalidade de
parcelamento das compras pelo cartão de crédito, a taxa chegou a 184,1% ao ano
em janeiro, com aumento de 8,3 pontos percentuais.
A taxa de juros do
crédito pessoal não consignado subiu para 103,5% ao ano em janeiro, com
aumentou de 8,9 pontos percentuais em relação a dezembro. A taxa do crédito
consignado (com desconto em folha de pagamento) subiu 0,8 ponto percentual,
indo para 21,3% ao ano no mês passado.
De acordo com o BC, a
taxa média de juros para pessoa física caiu 0,4 ponto percentual em outubro,
chegando a 45,6% ao ano. A taxa média das empresas ficou em 17,6% ao ano,
aumento de 1,3 ponto percentual.
A inadimplência do
crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas caiu 0,1
ponto percentual chegando a 4,9%. Entre pessoas jurídicas a inadimplência
chegou a 2,3% em janeiro, com aumento de 0,2 ponto percentual.
Esses dados são do
crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado
no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes.
No caso do crédito
direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados,
basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao
microcrédito) os juros para as pessoas físicas subiram 0,1 ponto percentual
para 7,5% ao ano. A taxa cobrada das empresas subiu 1 ponto percentual para
9,3% ao ano.
A inadimplência das
pessoas físicas no crédito direcionado subiu 0,2 ponto percentual para 1,9% e a
das empresas caiu 0,2 ponto percentual para 2%.
Em janeiro, o estoque
de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,462 trilhões, com
queda de 0,4% em relação a dezembro e aumento de 7% em 12 meses.
Esse saldo do crédito
correspondeu a 47,5% de tudo o que o país produz - o Produto Interno Bruto
(PIB) - queda de 0,5 ponto percentual em relação a dezembro.
Com informações da Agência Brasil