Com o diagnóstico de
baixa produtividade da economia brasileira e de olho em aumentar as chances de
integrar o "clube dos países ricos" da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), o governo lançará neste mês um novo programa
para aumentar a produtividade de pequenas e médias empresas.
A iniciativa deve ser
anunciada pelo Ministério da Economia no fim de fevereiro e atender de 250 mil
a 300 mil empresas até 2022. Rebatizado de "Brasil Mais", o programa
é uma expansão reformulada do "Brasil Mais Produtivo", lançado no
governo Dilma Rousseff e que atendeu 3 mil empresas entre 2016 e 2018.
"As pequenas e
médias empresas brasileiras têm em média 20% da produtividade das grandes.
Queremos chegar à média da OCDE, que é de 50%. Se isso ocorrer, o Brasil poderá
crescer mais de 4% ao ano", disse o secretário especial de Produtividade,
Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa.
O Brasil Mais
incluirá uma consultoria individualizada para a empresa melhorar processos de
gestão, planejamento e desenvolvimento de produtos. Prevê também a participação
de empresários e funcionários em cursos online e ações para digitalização das
empresas, além do fornecimento de softwares e plataformas com tecnologia para
controle de vendas e estoques, entre outros. Haverá uma contrapartida paga pela
empresa, que irá de R$ 1.150 a R$ 6.000.
Ainda não há uma meta
numérica para o novo programa, mas a ideia é que isso seja estabelecido no
primeiro ano do Brasil Mais. Um piloto com 24 empresas que foram submetidas ao
novo formato mostrou um aumento de até 64% na produtividade.
Os custos ainda estão
sendo calculados e serão bancados por entidades do Sistema S, como parte do
acordo firmado pelo governo no ano passado que prevê o redirecionamento desses
recursos e a redução dos encargos sobre a folha de pagamento que financiam as
entidades. "Queremos garantir que os recursos estejam alinhados com as
políticas públicas e tenham efetividade", acrescentou Costa.
O programa será
tocado pelo Senai, com foco no atendimento de indústrias, pelo Sebrae, para
comércio e serviços, e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
(ABDI), que será responsável por desenvolver plataformas e cursos digitais. Não
haverá recursos do orçamento da União.
Digital. Além de
aumentar o número de empresas em relação ao antecessor, o "Brasil
Mais" expandiu os atendimentos para os setores de comércio e serviços,
além da indústria, que já era contemplada.
A principal
diferença, no entanto, é que parte da consultoria será agora feita
digitalmente, reduzindo as horas da visita de consultores em cada empresa, o
que representava o principal custo do programa.
Se no anterior os
consultores ficavam 180 horas em cada empresa, no novo cairá para menos de 60
horas. O restante do processo será feito digitalmente ou em turmas.
Ainda na transição, o
então "Brasil Mais Produtivo" chamou a atenção da equipe de Guedes
pelo custo baixo e retorno significativo. Com orçamento de R$ 50 milhões, o
programa aumentou em 52% a produtividade das empresas.
Fonte: Folha Vitoria