Conter o avanço do
novo coronavírus no mundo mobiliza autoridades de saúde na busca por soluções
efetivas de enfrentamento à pandemia. Na última semana o Governo Federal
anunciou a ampliação dos tipos de exames no Brasil para combater a disseminação
do vírus.
Há três tipos de
testes laboratoriais que podem ser realizados com técnicas e tecnologias
diferenciadas, ajudando a tornar mais preciso o panorama da doença de norte a
sul do país.
O médico Rafael
Jácomo, Diretor Técnico do Grupo Sabin, explica que para detectar a presença do
vírus, há três metodologias que podem ser aplicadas: o método PCR, onde é
coletado material nasal para detecção do RNA (material genético do vírus); os
testes sanguíneos para detecção de anticorpos e os testes em material nasal
para detecção de antígenos do vírus.
"A principal
diferença entre eles está no momento de detecção. A princípio, o PCR pode
diagnosticar precocemente a doença, porque já aponta a presença do vírus no
início dos sintomas. Já os testes para detecção de anticorpos são os indicado
para estágios mais avançados da doença, após 5 ou 6 dias e os de detecção de
antígenos um pouco antes disso, mas pouso se sabe, efetivamente, sobre a
efetividade destes dois últimos", esclarece.
O tempo de demora
para o resultado também varia de acordo com o exame. Segundo o especialista, o
teste de PCR envolve procedimentos que podem levar algumas horas, dependendo do
instrumento e do procedimento realizado. "Os outros dois podem ser
realizados individualmente com resultados em poucos minutos, mas isso depende
de toda uma estrutura laboratorial disponível. O que podemos afirmar é que o
teste molecular, PCR, é considerado o mais preciso é o que a OMS indica como
definidor para diagnóstico", aponta. Há, ainda um grande risco sobre
falsos negativos em resultados dos testes rápidos que detectam imunoglobulinas
(IgG e IgM) e a interpretação que se pode ter deles. Para a estratégia de
testagem e diagnóstico precoce eles não conseguem dar a resposta que
precisamos.
Pouco mais de um mês
depois do primeiro caso de coronavírus no país, o médico destaca ainda que o
país está no momento fundamental na busca por soluções efetivas para achatar a
curva de contaminação no país e para isso, testar é uma alternativa que pode
assegurar a diminuição da incidência da Covid 19. "Em fevereiro, na Coreia
do Sul foram realizados quase 400 mil testes de PCR, com uma população de mais
de 50 milhões, cerca de 0,7% da população sendo testada. A estratégia de
testagem precoce e em massa, associada às medidas de segurança para conter
novos casos em áreas de grande incidência é uma das principais ferramentas para
achatar a curva. Auxilia na identificação de cidades e regiões onde há aumento
da incidência ou de recrudescência de casos, possibilitando ações rápidas e
eficazes de vigilância", complementa.
Jácomo esteve à
frente da equipe de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Sabin no
desenvolvimento do teste para detecção do vírus. "Foram mais de duas
semanas de trabalho e conseguimos desenvolver o exame com metodologia própria
em 20 dias. Já realizamos mais de 8 mil testes, até o momento e temos
capacidade mensal é de cerca de 15 mil exames, com abastecimento continuado de
insumos e materiais e nosso método de diagnóstico é baseado em técnicas de PCR,
que está muito mais estabelecido e permite o diagnóstico mais preciso da
doença".
Com Informações Folha Vitoria