Indicador atingiu 80,2 pontos, em uma escala de zero a
200 pontos
O Índice de
Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,4 ponto em agosto e atingiu 80,2 pontos,
em uma escala de zero a 200 pontos. Isso significa que voltou ao mesmo nível de
março deste ano, quando a pandemia do novo coronavírus começou a impactar a
economia. Nas médias móveis trimestrais, a alta ficou em 6,0 pontos. As
informações foram divulgadas hoje (24) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Na análise por faixas
de renda, o ICC mostrou que houve queda de confiança nas faixas de renda
extremas e alta nas faixas intermediárias. Os consumidores de menor poder
aquisitivo, apontaram piora relacionada à falta de perspectivas sobre emprego e
melhora da situação financeira familiar, o que influencia diretamente o
consumo. Já nos consumidores com maior poder aquisitivo, também há recuo na
intenção de compras de bens duráveis, o que, de acordo com a FGV, pode estar
relacionado com o alto nível de incerteza do período.
Para a coordenadora
das Sondagens da FGV, Viviane Seda Bittencourt, a tímida alta da confiança dos
consumidores em agosto representa uma desaceleração no ritmo da recuperação
iniciada em maio. O que é um reflexo do quadro de grande incerteza. Na visão
dela, o resultado de agosto expõe também uma expressiva heterogeneidade entre as
classes de renda.
“Os consumidores de
renda baixa registram queda da confiança e parecem agora projetar maiores
dificuldades nos próximos meses, o que pode estar relacionado ao fim dos
pagamentos de auxílio emergencial. Os consumidores de maior poder aquisitivo,
estão menos satisfeitos com o momento e preferindo poupar a consumir”, apontou.
Segundo a
coordenadora, no mês, a confiança dos consumidores de classes intermediárias
segue a tendência de recuperação. “Os movimentos distintos mostram que não apenas
o impacto, mas a velocidade de reação pode ser diferente entre os agentes
econômicos e devem ser analisadas com atenção”, completou.
Conforme o ICC, a
satisfação dos consumidores em relação à situação atual permaneceu
relativamente estável, ao contrário das expectativas que avançaram pelo
terceiro mês consecutivo, apesar da forte desaceleração nesse mês.
Já o Índice da
Situação Atual (ISA) cresceu 0,5 ponto e atingiu 71,5 pontos. Esse nível ainda
é historicamente muito baixo, ao mesmo tempo em que o Índice de Expectativas
(IE) subiu 2,0 pontos, chegando a 87,1 pontos, sendo o melhor resultado desde
fevereiro, quando registrou 93,2 pontos. Esse foi o resultado do último mês
antes do início da pandemia no Brasil.
Atual
O indicador que mede
a satisfação atual dos consumidores com a economia atingiu 75,1 pontos, o que
representa alta de 1,2 ponto, Já o indicador que mede a satisfação com a
situação financeira familiar teve recuo de 0,3 ponto, para 68,4 pontos. Segundo
a FGV, os dois quesitos seguem registrando valores próximos aos respectivos
mínimos históricos.
Futuras
Nas perspectivas
futuras, embora o indicador tenha mostrado aumento no otimismo dos
consumidores, isso se deu em menor ritmo na comparação com os meses anteriores.
O índice que mede as expectativas dos consumidores com relação à economia
variou 0,2 ponto, passando para 111,7 pontos, o que representa relativa
estabilidade. É maior nível desde fevereiro quando ficou em 116,9 pontos.
Ainda em relação à
economia, o indicador que mede o otimismo com relação às finanças familiares
subiu 1,4 ponto e atingiu para 91,1 pontos. Foi a quarta alta consecutiva. No
entanto, foi o quesito que mede o ímpeto de compras de bens duráveis que deu a
maior contribuição para a alta do ICC em agosto. Ele teve elevação de 4,3
pontos, passando para 60,3 pontos, o maior valor desde fevereiro de 2020. Lá
ficou em 64,3 pontos.
Com Informações Agência Brasil