O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus,
também alertou que a pandemia de covid-19 "não será a última" que a
humanidade precisará enfrentar.
O diretor-executivo
do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde, Michael Ryan, disse
nesta segunda-feira, 7, que informações distorcidas podem comprometer o combate
à pandemia de covid-19. E que também é papel dos governos oferecer informações
baseadas em evidências.
"Se a população
recebe informações manipuladas, distorcidas, infelizmente isso pode ter um
efeito negativo. É o caso em diversos países em todo mundo. Muitas pessoas
querem apresentar soluções simplificadas, por isso solicitamos transparência e
sinceridade, é isso que consolida a confiança na comunidade", afirmou,
após ser questionado sobre as mensagens passadas pelo governo brasileiro à
população durante a pandemia, como a frequente presença do presidente Jair
Bolsonaro em eventos públicos sem o uso de máscara e as declarações a favor do
uso da hidroxicloroquina, remédio que não tem eficácia comprovada no combate à
covid-19.
"O Brasil é um
país muito grande. Os governos dos estados estão muito envolvidos em dar
recomendações à comunidade, assim como a Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas). Os cidadãos em diversos países, assim como no Brasil, são capazes de
buscar informações de várias fontes e, certamente, acho que é importante. É bom
estar em uma posição onde você pode ter confiança absoluta no governo, mas
também é importante que as pessoas busquem várias fontes de informação",
falou Ryan.
Pesquisa da ONG Avaaz
feita pelo Ibope mostrou que um em cada quatro brasileiros resistem à ideia de
tomar o imunizante quando ele for registrado. Entre as razões da recusa, estão
dúvidas quanto à segurança e eficácia do imunizante e fake news propagadas por
redes sociais. Reportagem do Estadão mostrou que redes bolsonaristas
impulsionam teorias e propagam falsas alegações sobre a segurança e os efeitos
de vacinas, por exemplo.
No início da manhã
desta segunda-feira, nas comemorações do Dia da Independência, Bolsonaro surgiu
sem máscara, acompanhado de crianças, filhas de autoridades convidadas, e
cumprimentou apoiadores. Algumas crianças usavam máscara, mas outras não.
OMS também alerta que
esta não será a última pandemia
O diretor-geral da OMS,
Tedros Adhanom Ghebreyesus, também alertou que a pandemia de covid-19 "não
será a última" que a humanidade precisará enfrentar.
"Essa não será a
última pandemia. A história nos ensina que surtos e pandemias são um fato da
vida. Porém quando a próxima vier, o mundo deve estar pronto, mais do que
estava desta vez", disse.
Ele ainda chamou a
atenção para o fato de que muitos países negligenciaram seus sistemas básicos
de saúde pública e, portanto, precisarão prepará-los "como um investimento
em um futuro mais saudável e seguro".
"Nossa mensagem
hoje é que os países continuem investindo em saúde pública e saúde primária
durante a batalha da covid-19. Vários países que investiram estão respondendo a
pandemia de uma maneira melhor. Investimento em saúde pública e saúde primária
é essencial", reforçou.
Com Informações Folha Vitoria
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