O número, que equivale a 10,8% do total de novos vereadores, evidencia que elas permanecem sendo minoria. No entanto, as eleitas afirmam que estão dispostas a usar seus mandatos em prol da luta por mais representatividade na política.
Mais
da metade dos eleitores do Espírito Santo são mulheres. Seria natural,
portanto, deduzir que elas também têm espaço garantido nas cadeiras das câmaras
municipais. Mas isso não acontece.
Dos
860 vereadores eleitos no estado, 91 são mulheres. O número, que equivale a
10,8% do total de novos legisladores municipais mostra que elas permanecem
sendo minoria.
Mesmo
ainda sendo um número baixo, o saldo das eleições de 2020 quando se trata de
representatividade feminina na política é positivo, tendo em vista que em 2016,
foram eleitas 77 mulheres.
Patrícia
Crizanto (PSB) é a única vereadora reeleita na Grande Vitória. Para ela, a
recondução à Câmara de Vila Velha é fruto de um trabalho diário, que tem como
bandeira a luta contra o preconceito.
"Que
possamos nos unir, que possamos abraçar essas outras mulheres que não foram
eleitas para que no próximo pleito nós possamos ter uma representatividade
ainda maior nesses espaços", diz a vereadora.
Em Vitória, apenas duas mulheres foram
eleitas, em Vila Velha uma e na Serra duas, enquanto em Cariacica, não haverá nenhuma representante
municipal feminina pelos próximos quatro anos.
Raphaela
Moraes (Rede) foi uma das vereadoras eleitas pelos serranos. Essa foi a
primeira vez que ela disputou uma eleição.
"A
gente precisa acreditar no potencial das mulheres, porque nós temos potencial.
No meu caso, eu me preparei para representar as pessoas, com formação técnica,
com causa, com bandeira e ainda assim sofri muito preconceito nas ruas. Mulher
que é vítima de violência, mulher que tem medo, a mulher que sofre hoje
qualquer tipo de abuso por ser mulher precisa da representatividade feminina na
prefeitura de na câmara", destaca Raphaela.
A
diferença de gênero também aparece quando se analisa os perfis dos candidatos
às câmaras no último pleito. Foram 7.691 homens e 4.115 mulheres.
Apesar
da disparidade, a representação de mulheres no Legislativo municipal ganha
novos perfis. Lari Bortolote Marcon (Republicanos), cujo nome de urna é Lari
Camponesa, é a primeira travesti a ser eleita vereadora na cidade de Rio Novo
do Sul, no Sul do Espírito Santo.
"Tenho
grandes propostas para o meu município, com um olhar mais visado pelo povo do
campo, que sempre esteve abandonado no nosso município e que me acolheu muito,
mesmo eu sendo uma travesti e eu tenho muito carinho por isso. Também quero
levantar a bandeira para representar os LGBTs", diz ela.
Com Informações G1 Espirito Santo