O
secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, fez um panorama do
enfrentamento ao novo Coronavírus (Covid-19) no Espírito Santo. A análise
abordou as oscilações de casos e internações, estratégias adotadas pelo Estado
e reforçou a importância de o cidadão não se descuidar das medidas de prevenção
ao vírus.
O
secretário destacou a transparência do Governo do Estado em relação aos
critérios e avaliações nesse período. “Nossos critérios/avaliações sempre foram
transparentes e públicos. Melhor modo de conduzir uma pandemia”, ressaltou.
Confira a análise do secretário feita
no dia 17/11/2020:
Aumento de casos:
Segundo
o secretário, nos últimos dias diversos Estados do Brasil começaram a
consolidar uma nova tendência de aumento de casos leves, graves e óbitos por
causa do novo Coronavírus. No início da pandemia também foi assim. “No Espírito
Santo, apresentamos na fase de recuperação três cenários possíveis: a) Queda lenta e
sustentada da internação e dos óbitos; b) Estabilidade em de 300 pacientes em
UTI-Covid/dia (dentro da variação de 10%); c) Aumento sustentado dos óbitos e
das internações acima de 330 pacientes/dia”.
Pelas
redes sociais, Nesio Fernandes explicou que a partir do último dia 27 de
outubro, o movimento de oscilação da internação em UTI-COVID passou a ocorrer
no Estado. “Nos três últimos dias, a ocupação ultrapassou
variação de 330, apresentando tendência clara de crescimento de casos
graves. Esse comportamento foi precedido de um aumento sustentado de internações em enfermarias Covid-19, a
partir do dia 14 de outubro”.
Neste
contexto, para o secretário, desenha-se o cenário C. “As medidas para suportar
a pressão assistencial já foram tomadas. É preciso deixar claro para a
sociedade sobre a necessidade de coesão/disciplina social nesta nova fase de
enfrentamento à pandemia. Apostar na imunidade de rebanho é insanidade. A
repercussão de um novo crescimento de casos de COVID-19 possui relevância
quando implica em aumento de óbitos e de internações. Enquanto a doença se
comportar com muitos casos leves, sem internações e óbitos, teremos maior
flexibilidade para a vida econômica e social”, afirmou.
Estrutura para enfrentamento da Covid
De
acordo com Nesio Fernandes, na chamada "primeira onda" o mundo adotou
a estratégia de distanciamento social visando a "achatar a curva"
para salvar vidas, reduzindo casos, distribuindo-os ao longo de semanas,
permitindo o preparo da rede assistencial, evitando o colapso do sistema de
saúde.
“No
Espírito Santo optamos por preparar a rede SUS própria, filantrópica e, de modo
complementar, a rede privada. Chegamos a ter 844 leitos de enfermaria e 715 de UTI
exclusivos a paciente com Covid-19. Abrimos dois hospitais
novos para o SUS, o Hospital da Associação dos Funcionários Públicos do
Espírito Santo, com 80 leitos para atender o perfil de ortopedia de média
complexidade e o Aquidaban, em Cachoeiro do Itapemirim, com 60 leitos para
atender pacientes com COVID”, pontuou.
E
prosseguiu: “ampliamos leitos de UTI no Hospital Estadual Central, referência
para pacientes neurológicos, vasculares e de ortopedia. Reorganizamos o perfi
do Hospital Jayme, Dório, HESVV. Ampliamos leitos não-COVID no Hospital de
Atenção Clínica, antigo Adalto Botelho, e em outras unidades. Ao total, de
norte a sul do Estado, são mais de 600 leitos ampliados na rede própria do SUS
até dezembro deste ano. Durante a primeira onda da doença tivemos uma ampla
redução da ocorrência de traumas, AVCs, infartos etc. Hospitais pediátricos
operaram abaixo de 50% de ocupação”.
Isso
significa, segundo Nesio Fernandes, que o Estado aproveitou o tempo da primeira
onda para preparar a rede assistencial, a estruturar a vigilância em saúde,
coesionar os municípios, ampliar a capacidade de testagem, preparar o Espírito
Santo para a possível vacinação em 2021. “Aprendemos com a pandemia e com as lições
de nossa época. No entanto, como já dito em outra ocasião, neste momento
operamos a rede sobrecarregada com uma quadrupla carga de doenças: doenças
infecciosas e problemas nutricionais conhecidos, causas externas e doenças
crônicas descompensadas estão somadas a carga diferenciada da pandemia”,
informou.
“A
demanda por UTI, não-COVID é maior que a pressão assistencial de pacientes com
COVID-19. O mesmo comportamento ocorre com a demanda de leitos de enfermaria.
No caso do Espírito Santo, seguimos tendo dois comportamentos distintos da
pandemia, um na Grande Vitória e outro no interior, não me refiro somente a
pandemia ‘per si’, mas a gestão da pandemia também. O Estado é dividido em quatro regiões de saúde: Norte,
Central, Metropolitana e Sul”, relatou o secretário.
Testagens
Fernandes
lembrou que, em setembro passado, ocorreu no Estado a mudança no critério de
testagem, recomendando testar com RT-PCR todo paciente com sintomas suspeitos
de Covid-19 e os contatos intradomiciliares dos positivos, levando a um aumento de casos observados na Região
Metropolitana nos meses subsequentes. Julho e agosto foram meses de queda sustentada de
casos e óbitos por Covid-19 no Estado. No mês de setembro
houve aumento da detecção de casos sem correspondente aumento de óbitos”,
disse.
No
entanto, frisou o secretário nas redes sociais, as internações em UTI-COVID e
os óbitos relacionados à doença, seguiram caindo e tendo tendência de estabilização, como
se observa no gráfico do período de 05 de julho a 28 de
outubro. Neste momento, chama atenção o comportamento da pandemia na Região
Metropolitana de Saúde, separamos para melhor análise a Grande Vitória dos
demais municípios da região de saúde.
“No
interior da Região Metropolitana, houve estabilização de casos entre 07 de
setembro a 14 de outubro, a partir desta data os casos chegando a 132,64 na média móvel de 14 dias, no dia 08
de novembro, já ultrapassando o limite do pico de casos observados
anteriormente na primeira onda. Até o final de novembro, o novo pico de casos
neste território será substancialmente maior que o da primeira curva. No
entanto, a letalidade pelo Covid-19 na região nos
respectivos meses é menor que no período anterior, não obstante
outubro ter apresentado mais óbitos que setembro”.
Nesio
Fernandes avalia que a redução da letalidade pela Covid-19 é expressão do
aumento da capacidade de testagem no Espírito Santo. O fenômeno também ocorreu na Grande Vitória, onde o pico de casos ultrapassará em novembro o pico
da primeira onda e irá interromper a queda sustentada dos óbitos.
Além
da testagem plena de todos os sintomáticos e dos contatos intradomiciliares
assintomáticos, o secretário reforçou que a queda da letalidade ocorreu por
melhora do manejo clínico e garantia do acesso aos serviços de saúde,
entre setembro e outubro a letalidade caiu mais do que a
queda do número total de óbitos. Diversos estudos apontam,
segundo Nesio Fernandes, que letalidade real pela Covid-19 pode variar de
0,23-1%, em populações distintas, sendo corrigida pelas projeções feitas em
inquéritos sorológicos ou em contextos de ampla testagem com qualificada
investigação de óbitos.
“A
pandemia não acabou, temos pelo menos mais oito meses de resistência até ter o
processo de vacinação alcançando os primeiros grupos prioritários. Seguiremos
convivendo com o uso de máscaras, protocolos sanitários, isolando sintomáticos
e testando/monitorando amplamente a população”, garantiu.
Assessoria de Comunicação da Sesa