Covid: contágio no interior do ES é duas vezes maior que na Grande Vitória


O ritmo de transmissão do novo coronavírus no Espírito Santo desacelerou, e a taxa que mede essa variação, chamada de Taxa de Transmissão (RT), se aproximou de 1. Isso significa estabilização no avanço da pandemia.

Na semana entre 13 e 20 de novembro, período analisado no relatório mais recente do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), o marcador alcançou 1,07, ou seja, cada 10 pessoas com Covid-19 passa a doença para outras 11.

A Grande Vitória puxa a redução nessa taxa. Após alcançar RT de 1,34 no início de novembro (dez contaminados passando a doença para outras 13 pessoas), os dados mostram que as cidades da região metropolitana chegaram a 0,68 (dez contaminados passando a doença para outras sete pessoas).

Já no interior do Estado, a situação preocupa. Fora da região metropolitana, a taxa de transmissão ainda é de 1,46, mais que o dobro daquela registrada na Grande Vitória. Considerando as semanas anteriores, a situação é de estabilidade, porém em um patamar alto, que indica que a doença ainda está avançando.

“Da mesma forma que se observou na primeira fase, quando a Grande Vitória começou a reduzir (a RT), o interior aumentou. O padrão geográfico da pandemia tende a ter essas oscilações primeiro nas áreas metropolitanas e depois no interior do Estado”, explica o diretor de Integração e Projetos Especiais do IJSN, Pablo Lira.

Puxam essa alta as regiões Nordeste (São Mateus), com RT de 1,78, e Rio Doce (Linhares),com RT de 1,72. Nesses locais, a taxa tem aumentado de forma consistente a cada semana.

Em outras áreas, a RT está estabilizada porém em um patamar alto, em geral acima de 1,4.

“O ideal é ficar todo mundo abaixo de 1 porque demonstra a diminuição do risco de transmissão. Essas que estão com taxa próxima de dois, ou estabilização em um nível mais elevado, significa que transmissão está mais rápida nessas áreas. Onde tem essa taxa acima de 1 estamos tendo tendência de crescimento dos óbitos”, aponta Lira.

Ele alerta que ainda estamos em um momento de atenção e lembra que não é o momento de deixar de usar a máscara, lavar as mãos e manter o distanciamento social.

“Estamos chegando em dezembro, época de férias e festas. Então, é muito importante seguir medidas preventivas para voltar pra uma taxa de transmissão abaixo de 1 no Estado até que a vacina chegue e comece a fazer efeito. Agora não é momento de relaxar. estamos na reta final para ter a notícia boa das vacinas surtindo efeito na nossa sociedade”, pede o diretor.

CONFIRA A SITUAÇÃO NAS MICRORREGIÕES


  • SUDOESTE SERRANA
  • A região, que inclui cidades como Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante e Marechal Floriano, tem taxa de transmissão estável, porém em um patamar acima de 1. Isso significa que a pandemia ainda avança e que dez infectados passam a doença para outras 13 pessoas.
  • RIO DOCE
  • É a região onde a taxa de transmissão avança com mais velocidade, tendo passado de 0,77 para 1,72 em cinco semanas e em alta desde meados de setembro. Inclui a cidade de Linhares e entorno.
  • NORDESTE
  • Região que inclui São Mateus e Conceição da Barra tem a maior taxa de transmissão do Estado, com 1,78. Isso significa que dez contaminados passam a doença para outras 18 pessoas. A área passou de um RT de 0,65 para o patamar atual em apenas três semanas.
  • NOROESTE
  • Região que inclui a cidade de Colatina e entorno tem situação estável, porém com taxa de transmissão acima de 1, o que indica avanço do doença;
  • METROPOLITANA
  • Há duas semanas, a Região Metropolitana registra queda na taxa de transmissão. O dado mais recente mostra que ela está abaixo de 1, o que representa desaceleração nas infecções.
  • LITORAL SUL
  • Registrou queda suave nas últimas três semanas mas ainda mantém patamar alto, de 1,64. Na região estão, entre outros municípios, Anchieta, Piúma e Alfredo Chaves.
  • CENTRO OESTE
  • É onde estão localizados, por exemplo, Colatina e Baixo Guandu. Tem uma das maiores taxas e transmissão do Estado, de 1,74, e a tendência é de estabilidade.
  • CENTRAL SERRANA
  • Uma da únicas regiões do interior do Estado onde a taxa de transmissão está em queda. A RT está em 1,05.  Nesta microrregião, estão localizadas, por exemplo, as três Santas: Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina.
  • CENTRAL SUL
  • Essa microrregião também tem apresentado queda, porém ainda tem RT de 1,25, o que significa que dez contaminados passam a doença para 13 pessoas.  É nessa microrregião que está a cidade de Cachoeiro de Itapemirim.
  • CAPARAÓ
  • Nessa região a situação é de estabilidade com o RT em 1,54 na última semana analisada.


A Gazeta
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