Índice ficou em 0,89%, puxado pelos grupos de alimentos e combustível. Antes disso, só novembro de 2015 tinha registrado resultado maior: 1,01%
A
inflação oficial registrou o maior patamar para o mês de novembro em cinco
anos, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira
(8).
A taxa
deste mês ganhou ritmo em relação a outubro (0,86%) e ficou em 0,89%,
puxada principalmente pelo grupo de alimentos e combustíveis. Antes disso, só
novembro de 2015 tinha registrado resultado maior: 1,01%.
Entre
os grupos que compõem o IPCA, destaque para os grupos de alimentos e bebidas e
transportes, que, combinados, representaram cerca de 89% da alta da inflação
oficial em novembro.
De
acordo com Pedro Kislanov, gerente da pesquisa, alguns alimentos continuam a
pesar no bolso do brasileiro, como as carnes, a batata-inglesa e o tomate.
"O
cenário é parecido com o que temos visto nos últimos meses, em que o grupo de
alimentos e bebidas continua impactando bastante o resultado. Dentro desse
grupo, os componentes que mais têm pressionado são as carnes, que nesse mês
tiveram uma alta de mais de 6%, a batata-inglesa, que subiu quase 30% e o
tomate, com alta de 18,45%”, explica Kislanov.
Além
dos alimentos destacados por Kislanov, outros produtos importantes que compõem
a alimentação familiar também tiveram alta, como o o arroz (6,28%) e o
óleo de soja (9,24%).
"O
que tem influenciado mais nos últimos meses é a alta dos alimentos, que pode
ser explicada por dois fatores: por um lado, há o aumento da demanda,
sustentada pelos auxílios concedidos pelo governo e, por outro, a restrição de
ofertas no mercado doméstico em um contexto de câmbio mais alto, que estimula
as exportações”, explica o pesquisador.
Já o
grupo de transportes teve a segunda maior influência na inflação oficial de
novembro. O grupo ganhou ritmo no mês e registrou alta de 1,33%. O aumento se
deu, principalmente, pelo preço da gasolina, que está 1,64% mais cara.
“É a
sexta alta consecutiva da gasolina e, além disso, tivemos a alta de 9,23% do
etanol e de outros componentes que têm bastante peso dentro dos transportes,
como é o caso dos automóveis tanto novos quanto usados”, diz o gerente da
pesquisa, que também ressalta as altas de seguro voluntário de veículos e
transporte por aplicativo.
A
inflação oficial acumula alta de 3,13% e de 4,31% nos últimos 12 meses, acima
dos 3,92% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de
2019, indicador havia ficado em 0,51%.
INPC atinge maior patamar para
novembro desde 2015
De
acordo com o IBGE, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acelereou
em novembro e chegou a 0,95%, acima do constatado em outubro, em que ficou em
0,89%. Esse é o maior resultado para o mês de novembro desde 2015, quando
índice bateu 1,11%.
Os
produtos alimentícios, assim como no IPCA, tiveram influência na composição do
INCP, com alta de 2,65% em novembro, enquanto que no mês anterior, haviam
registrado 2,11%. Já os não alimentícios cresceram 0,42%, após registrarem
0,52% em outubro. Todas as áreas pesquisadas tiveram inflação em novembro.
Com Informações R7 Notícias