Estimativa da atividade econômica no país é do Ipea
A
produção industrial deve crescer 1,8%, as vendas no comércio 1,7% e o volume de
serviços 2,5% no volume de serviços. As estimativas da atividade da economia em
novembro são da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Dimac /Ipea). Os números estão na análise
trimestral da conjuntura econômica do país chamada de Visão Geral, divulgada
hoje (21) pelo Ipea.
Segundo
o diretor da Dimac, José Ronaldo Souza Júnior, o trimestre caminha para
continuidade de retomada, só que em ritmo menor do que era de se esperar. O
efeito que ocorreu no terceiro trimestre, que tinha uma base de comparação
muito baixa do período anterior referente ao auge da crise, já não existe. “É
de se esperar que agora a gente tenha um crescimento menor por conta disso, a
base de comparação já não é tão baixa mais”, observou, em entrevista à Agência
Brasil.
Projeções
De
acordo com o Ipea, o PIB (Produto Intern o Bruto)agropecuário pode registrar
crescimento de 2,3% em 2020 e de 1,5% para 2021. Já a indústria, com queda de
3,5% agora, pode ter de alta de 5% no próximo ano. O PIB dos serviços, que
deverá cair 4,7% em 2020, tem perspectiva de expansão de 3,8% no ano que vem.
As previsões levam em conta a expectativa de imunização em massa da população
contra a covid-19.
Conforme
a avaliação do Ipea, desde setembro a economia brasileira tem se caracterizado
por fortes contrastes neste ano. Enquanto a produção e as vendas tiveram reação
surpreendente aos reflexos da pandemia, se observou uma recuperação desigual
entre setores, com a indústria e o comércio em níveis médios acima do período
pré-crise e os serviços ainda significativamente abaixo.
A
volta do aumento no número de casos de covid-19 é mais um fator de risco para a
continuidade do processo de recuperação econômica. A avaliação é que a evolução
da crise sanitária pode levar alguns estados ou municípios a retomarem medidas
de restrição a certas atividades econômicas e sociais, o que resultará na
desaceleração da retomada em alguns segmentos, notadamente no setor de
serviços.
“O
recrudescimento da pandemia coloca um risco maior, especialmente, para o início
do ano que vem para a indústria e os serviços, que têm indicadores conjunturais
apontando para recuperação”, afirmou o economista.
Gastos
O
desempenho da economia continua relacionado à incerteza epidemiológica da
covid-19 e ao risco fiscal em 2021. Segundo o economista, na esteira da crise
sanitária houve um aumento muito forte de gastos, principalmente com
transferência de renda. O país já atravessava situação frágil em termos fiscais
e com o gasto necessário para o combate da crise houve uma piora grande nos indicadores
de endividamento do Brasil. O Ipea estimou crescimento de 3,8% no PIB de
serviços em 2021, levando em consideração o tratamento da questão fiscal já no
início do ano que vem, fundamental para a retomada; e ainda o quadro de
vacinação.
“Obviamente
ela [a retomada] depende desse tipo imunização porque vários setores estão
ainda com problemas para funcionar por conta dessas restrições espontâneas ou
obrigatoriamente por causa da covid-19. Mesmo que se liberasse, vários setores
teriam baixa demanda como estão tendo hoje porque têm pessoas que não querem
correr riscos. Turismo e lazer estão sofrendo muito embora alguns estejam
retomando aos poucos”, ressaltou.
PIB
Para
2021, o Ipea estimou o crescimento do PIB em 4,0%, porque apesar do grau de
incerteza, que ainda se mantém alto, o resultado pode ser alcançado ao se
considerar a retomada da consolidação fiscal. “O cálculo é média contra média e
a média desse ano ficou muito baixa, porque o primeiro trimestre foi muito
ruim. No segundo trimestre teve uma recuperação muito grande, mas termina o ano
no nível muito mais alto do que na medida. Mesmo que não tenha um crescimento
enorme ao longo do ano que vem isso tende a dar uma média contra média em que a
gente projeta em 4%, uma alta significativa que reduz a maior parte das perdas
deste ano”, disse Souza Júnior.
O PIB
deve fechar em queda de 4,6% neste ano. Em setembro, a previsão do Ipea era de
recuo de 5% e para o ano que vem alta de 3,6%. “A gente vai chegar em um nível
mais alto já no fim do ano, então, isso melhora, o que a gente chama de
carregamento estatístico, e vai ficar em um nível melhor que o previsto
anteriormente.”
Inflação
O
Grupo de Conjuntura do Ipea revisou a taxa de inflação de 3,5% para 4,4% em
2020. A expectativa é que os preços dos serviços encerrem o ano com alta de
2,0%. Para os preços monitorados a previsão é de variação positiva de 2,5%, e
os bens livres, exceto alimentos, de 2,6%. Já em relação a 2021, a projeção de
inflação saiu de 3,3% para 3,4%.
Com Informações Agência Brasil