Esquema era realizado por meio de empresas de fachada e fictícias, tendo movimentado mais de R$ 800 milhões. Além de Vitória, Vila velha, Serra e Cariacica, há alvos em São Paulo, Ceará e Alagoas.
Uma
operação deflagrada na manhã desta terça-feira (15) para desarticular uma
organização criminosa com atuação interestadual e internacional cumpre mandados
no Espírito Santo e em outros três estados.
De
acordo com as investigações, o grupo agia como “prestador de serviços” de
lavagem de capitais para outras organizações criminosas e movimentou mais
de R$ 800 milhões.
Em
território capixaba, a Operação Piànjú ocorre de forma simultânea nos
municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. Também há alvos em São
Paulo (capital, Santos e Jaguariúna), Ceará (Fortaleza) e Alagoas (Maceió).
Ao todo, foram expedidos mais de 120
mandados judiciais, sendo:
18
mandados de prisão preventiva
5
mandados de prisão temporária
30
mandados de busca e apreensão
23
sequestros de embarcações
43
ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias e
2
ordens judiciais de suspensão de atividades econômicas.
Entre
as ordens de busca e apreensão encontram-se 12 imóveis, três veículos de luxo
(Porsche Panamera, Maserati Granturismo S e Mercedes Benz GLA200FF), 12 motos
aquáticas e 11 embarcações.
Esquema
De
acordo com o Ministério Público Estadual (MPES), que também participa da
operação, o grupo criminoso atuava de forma estruturada com a finalidade de
praticar diversos crimes, como lavagem de dinheiro, falsificação de documentos
públicos e particulares, inserção de dados falsos em sistemas informatizados,
falsidade ideológica, estelionato e falsa comunicação de crime.
Durante
dois anos de investigação, a Divisão Especializada de Furtos e Roubos de
Veículos do Espírito Santo (DFRV/DEIC) comprovou que a célula da organização
criminosa investigada - que atuava no Estado e era composta por dois grandes
empresários capixabas, além de diversos outros membros - agia como “prestadora
de serviços” de lavagem de capitais para outras organizações criminosas.
Possuía,
inclusive, ligação com empresas e pessoas investigadas e denunciadas no âmbito
de diversas fases da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Ministério Público
Federal e Justiça Federal.
Entre
elas, a Operação Chorume, a Operação Descarte, bem como empresas que já foram
investigadas por atuarem com os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama, além
de uma empresa investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por
desvios de mais de R$ 98 milhões em ICMS.
O
esquema era realizado por meio de empresas de fachada e fictícias, que foram
criadas valendo-se de identidades falsas expedidas pelo Setor de Identificação
da própria Policia Civil do Estado do Espírito Santo.
Para
isso, a organização se aproveitava da precariedade do sistema atual de emissão
de identidades civis. Os beneficiários da lavagem, ou seja, os “clientes” da
organização, tinham os valores remetidos para contas de empresas na China e
Estados Unidos.
Operação
A
operação foi deflagrada pela Polícia Civil do Espírito Santo, por meio da Divisão
Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV/DEIC) e do Grupo Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco), mas tem apoio das Polícias Civis de São
Paulo, Alagoas e Ceará e da Capitania dos Portos.
Ao
todo, participam 118 agentes, entre delegados, investigadores e agentes das
Polícias Civis, além de promotores de Justiça e agentes do Grupo Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Espírito Santo e de São Paulo.
Com Informações G1 Espirito Santo