Recomendação é de relatório de programa das Nações Unidas
Países
ricos e pobres devem redesenhar suas trajetórias de progresso e diminuir a
pressão humana sobre o planeta, sinaliza relatório lançado nesta terça-feira
(15) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
O
documento inclui um novo índice experimental sobre o progresso humano. Ele
reúne informações sobre as emissões de dióxido de carbono e a pegada material
dos países (medida de extração de matéria-prima no mundo para atender à demanda
nacional).
“O
poder que nós, humanos, exercemos sobre o planeta não tem precedentes. Diante
da covid-19, de temperaturas que quebram recordes históricos e de uma
desigualdade que vem se reproduzindo, é chegado o momento de usar esse poder
para redefinir o que entendemos como progresso, para que nossas pegadas de
carbono e consumo não permaneçam ocultas”, disse Achim Steiner, chefe mundial
do PNUD.
O 30º
Relatório de Desenvolvimento Humano - A Próxima Fronteira: Desenvolvimento
Humano e o Antropoceno, considera que as pessoas e o planeta estão entrando em
uma era geológica inteiramente nova, o Antropoceno ou era dos humanos.
Saúde e educação
O
documento apresenta uma variante experimental do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH). De acordo com o Pnud, ao ajustar o IDH, que mede a saúde, a
educação e o padrão de vida dos países, para incorporar dois outros elementos -
emissões de dióxido de carbono e pegada material dos países -, o novo índice
mostra a transformação que pode ocorrer no campo do desenvolvimento se o
bem-estar das pessoas e a integridade do planeta forem considerados
conjuntamente para definição do progresso humano.
O
levantamento se refere ao ano de 2019 e, portanto, ainda não avalia os impactos
da pandemia de covid-19 no desenvolvimento humano. Entretanto, já projeta uma
quebra na curva ascendente dos países nas dimensões humanas para o próximo
relatório, o que pode indicar que a atual pandemia é resultado do desequilíbrio
ambiental.
Segundo
a pesquisa, as novas estimativas preveem que, até o ano 2100, os países mais
pobres poderão enfrentar até mais 100 dias de clima extremo por ano devido à
mudança global do clima. Para o PNUD, esse número pode ser cortado pela metade
se o Acordo de Paris for totalmente implementado.
Brasil
Segundo
o novo índice ambiental, o Brasil sobe dez posições no ranking neste
IDH específico. Segundo o relatório, o índice não significa um avanço do país
ao considerar a pressão ao meio ambiente.
Atualmente,
o Brasil está na 84ª posição no ranking do IDH entre 189 nações e se
encontra no grupo dos considerados com alto desenvolvimento humano. O Brasil
caiu cinco posições em relação ao índice medido em 2019.
Enfrentamento
O
relatório indica, ainda, que essas desigualdades poderiam ser enfrentadas com
ações do setor público e oferece exemplos que vão desde a aplicação de regimes
fiscais mais progressivos à proteção das comunidades costeiras por meio de
investimentos preventivos e mecanismos de seguro, medidas que poderiam proteger
até 840 milhões de pessoas nas regiões costeiras do mundo.
Para o
Pnud, no entanto, esforços devem ser feitos de forma articulada para que as
medidas adotadas não contribuam ainda mais para o confronto das pessoas com o
planeta.
Com Informações Agência Brasil