Vendas do Tesouro Direto voltam a superar resgates após cinco meses
Pessoas físicas compraram R$ 1,547 bilhão em títulos em novembro
Pela
primeira vez em cinco meses, as vendas do Tesouro Direto (programa de venda de
títulos públicos a pessoas físicas pela internet) superaram os resgates. Em
novembro, os investidores compraram R$ 28,3 milhões a mais de títulos públicos
do que o Tesouro recomprou ou pagou no vencimento.
Em novembro, as vendas do Tesouro Direto somaram R$ 1,547 bilhão, com recuo de
17,1% em relação ao volume vendido no mesmo mês do ano passado (R$ 1,865
bilhão). Os resgates somaram R$ 1,519 bilhão. Os resgates representam a soma
das recompras – quando os investidores se desfazem dos papéis antes da data – e
do vencimento – quando os investidores esperam o título vencer e embolsam os
rendimentos.
A emissão líquida, quando as vendas superam os resgates, indicam que o mercado
de títulos públicos começou a estabilizar-se em novembro. A pandemia de
covid-19 e a alta da inflação dos alimentos provocaram desequilíbrios no
mercado financeiro que fizeram investidores venderem papéis do Tesouro Direto
com maior intensidade nos últimos meses.
Tipos de papéis
Apesar
de a taxa Selic (juros básicos da economia) estar em 2% ao ano, abaixo da
inflação acumulada em 12 meses, os títulos atrelados a esse indexador
responderam pela maior parte das vendas, concentrando 36,9% do valor vendido.
Em seguida, vêm os papéis corrigidos pela inflação, que corresponderam a 36,7%
do total.
Em terceiro lugar, estão os papéis prefixados (com juros definidos com
antecedência), que representaram 26,5% do volume vendido em novembro. Os
investimentos de menor valor continuaram a liderar a preferência dos
aplicadores. As vendas abaixo de R$ 1 mil concentraram 69,6% do volume aplicado
no mês
Com o resultado de novembro, o estoque de títulos públicos aplicados no Tesouro
Direto subiu 0,9% em relação a outubro, alcançando R$ 62,07 bilhões. A variação
do estoque representa a diferença entre as vendas e os resgates, mais o
reconhecimento dos juros que incidem sobre os títulos.
Popularização
O
Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de
aplicação e permitir que pessoas físicas adquiram títulos públicos diretamente
do Tesouro, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador
só tem de pagar uma taxa à corretora responsável pela custódia dos títulos.
Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para
pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete
a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic,
índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos
papéis prefixados.
Com Informações Agência Brasil
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