Semifinal da Libertadores terá fronteira 'furada' e teste inédito de PCR
Para irem à Argentina, Santos e Palmeiras vão receber autorização especial para imigrarem em um país que está com as fronteiras fechadas
As
semifinais da Copa Libertadores na próxima semana colocar os quatro times
participantes diante das restrições geopolíticas impostas na América do Sul
para conter o avanço da pandemia do coronavírus. Para irem à Argentina, Santos
e Palmeiras vão receber autorização especial para imigrarem em um país que está
com as fronteiras fechadas. Em contrapartida, Boca Juniors e River Plate terão
de se submeter à nova exigência de testes do governo brasileiro para poderem
desembarcar.
No
início da próxima semana, palmeirenses e santistas vão ser os únicos
estrangeiros autorizados a desembarcar na Argentina. O país vizinho manterá as
fronteiras fechadas de 25 de dezembro até 8 de janeiro para conter o aumento do
número de casos de covid-19, mas a decisão não vai afetar os compromissos pela
Libertadores. A Conmebol explicou ao Estadão tem um acordo especial com os dez
países do continente para garantir a realização dos jogos, mesmo em condições
excepcionais.
O
protocolo a ser aplicado para as semifinais entre River e Palmeiras e Boca
Juniors e Santos é o mesmo em vigor desde setembro. A Conmebol afirmou que cada
delegação poderá ter no máximo 55 integrantes. Até 72 horas antes do jogo será
preciso realizar o exame PCR e comprovar resultado negativo. Quando os
brasileiros estiverem em Buenos Aires, precisarão ficar confinados no hotel.
Quem sair pode levar uma multa de até R$ 150 mil pela desobediência.
As
equipes só vão poder deixar o hotel para ir treinar ou para a disputa do jogo.
Os clubes vão precisar arcar com eventuais custos de internação ou cuidados
médicos de funcionários. A permanência no país vizinho deverá ser a mais breve
possível. Todos os times vão viajar em voos fretados e de uso exclusivo das
respectivas delegações.
Para o
infectologista argentino Tomás Orduna, chefe de Medicina Tropical do Hospital
Francisco Muñiz e consultor médico do Boca Juniors, a liberação para essas
viagens serem realizadas não tira dos clubes o dever de se preocupar com o
contágio. "Nenhuma bolha de segurança é totalmente impenetrável. Por mais
que se aprimore e se estude, não é 100% seguro", disse o médico. "No
caso da Argentina, receber equipes de fora obriga a monitorar que essa presença
não gere transmissão comunitária", explicou.
Tanto
para Santos como para Palmeiras, a avaliação é de que o fechamento de
fronteiras e a autorização excepcional para entrarem na Argentina pouco vai
mudar a logística pré-jogo. As equipes já realizaram anteriormente voos
fretados para disputarem os compromissos. O time alviverde ainda não definiu a
programação, mas deve viajar só na véspera. Já o Santos pretende realizar o
último treino em Buenos Aires.
A
novidade para os clubes brasileiros nesta semifinal é a obrigação de apresentar
um teste PCR negativo no retorno para casa. Entra em vigor em 30 de dezembro
uma medida que obriga todos os viajantes a comprovarem que não são portadores
do vírus. A regra vale para estrangeiros e também cidadãos residentes no País.
Os laudos dos testes devem ser enviados à companhia aérea.
Quando
virem jogar no Brasil na segunda semana de janeiro pela partida de volta da
semifinal, River e Boca também terão de se adequar à medida. Os times vão
precisar realizar os testes ainda na Argentina. A exigência não deve impactar
na rotina dos clubes, pois os elencos costumam fazer esses exames prévios às
viagens para apresentar os resultados à Conmebol.
IMPASSE - Primeiro brasileiro a entrar em campo
pela semifinal, no dia 5, o Palmeiras já enfrentou nesta Libertadores um
impasse por causa de testes e de exigências de outros governos. A equipe viajou
ao Equador em novembro para enfrentar o Delfín, pelas oitavas de final da
competição. Após a imprensa do país noticiar que o elenco tinha jogadores com
testes positivos para covid-19, autoridades de saúde exigiram a realização de
um novo exame logo na chegada. O clube se recusou a fazer o teste no aeroporto
porque a pista estava em obras, mas aceitou passar pela bateria de exames no
hotel. Todos os atletas testaram negativo.
Com Informações Notícias ao Minuto
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