Descumprimento poderá levar à eliminação dos candidatos
Os
participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 devem estar atentos
às regras para evitar o contágio pelo novo coronavírus. As medidas que devem
ser adotadas tanto na aplicação do Enem impresso quanto do Enem digital estão
previstas nos editais dos exames, e o descumprimento poderá levar inclusive à
eliminação dos candidatos.
A
máscara de proteção facial será item obrigatório nesta edição do Enem. Além de
precisar apresentar um documento oficial original com foto e de ter uma caneta
esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, quem não
estiver de máscara não poderá fazer a prova.
Dentro
de sala, os estudantes deverão permanecer com a máscara durante toda a
realização do exame. O edital prevê que a máscara deve ser usada da maneira
correta, cobrindo o nariz e a boca. Caso isso não seja feito, o participante será
eliminado. Os candidatos poderão levar máscaras para trocar durante a
aplicação, seguindo a recomendação de especialistas da área de saúde.
O
equipamento de proteção poderá ser retirado apenas para a identificação dos
participantes, para comer e beber. Toda vez que retirarem a máscara, os
participantes não devem tocar na parte frontal dela, e devem, em seguida,
higienizar as mãos com álcool em gel próprio ou fornecido pelo
aplicador. As mãos devem ser higienizadas também quando os participantes
forem ao banheiro e no decorrer do exame.
Outra
regra é o distanciamento social. As salas, de acordo com o Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), estarão dispostas
de forma a assegurar a distância entre os participantes.
Quem
for diagnosticado com covid-19 ou apresentar sintomas da doença, ou
de outra infectocontagiosa até a realização do exame deve comunicar o Inep
pela Página do Participante e pelo telefone
0800 616161. Esses candidatos terão direito de participar da reaplicação do
Enem nos dias 23 e 24 de fevereiro.
Pandemia
A
realização das provas em um momento de aumento de dos casos e das mortes por
covid-19 em todo o país preocupa professores, estudantes, autoridades e
especialistas. “É um risco grande mobilizar milhões de pessoas em um momento
desses”, diz o professor titular de epidemiologia da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Roberto Medronho. Em todo o país, cerca de 5,8 milhões de
estudantes estão inscritos para fazer o Enem, de acordo com o Inep.
Segundo
Medronho, as medidas anunciadas ajudam a controlar a transmissão, mas não há um
cenário completamente seguro. "Garantia não há. O ideal é suspender o
exame. Mas, posso dizer que vai minimizar de forma razoável o risco”,
diz.
De
acordo com Medronho, os participantes podem também se proteger evitando
aglomerações nos portões do local exame, mantendo um distanciamento de pelo
menos 1,5 metro das pessoas ao redor, mesmo antes de entrar na prova. Devem
também, mesmo que não seja obrigatório, levar máscaras para trocar ao longo do
exame. “Recomendo que levem duas máscaras e que na metade da prova troque
pela máscara nova. Com isso, estarão protegendo a si mesmos e protegendo os
colegas”, orienta.
Pedidos de adiamento
Com o
agravamento da pandemia, surgiu nas redes sociais um novo movimento pedindo o
adiamento do Enem. O Brasil bateu a marca de 200 mil pessoas mortas pela
covid-19. O número diário de óbitos ultrapassou a marca de 1 mil por dia.
Na
sexta-feira (8), a Defensoria Pública da União apresentou novo pedido de tutela
de urgência para o adiamento das provas do Enem. As provas, de acordo com o
pedido, devem ser adiadas "até que possa ser feito de maneira segura, ou
ao menos enquanto a situação não esteja tão periclitante quanto agora".
Mais
de 40 entidades científicas, entre elas a Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência (SBPC), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Anped) e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), assinaram nota
conjunta pedindo também o adiamento das provas. "É necessário adiar o Enem
e é urgente que secretarias estaduais de Educação coordenem planejamentos para
garantir as condições pedagógicas e sanitárias para que todos os estudantes
participem do Enem. Esse exame existe para incidir na redução das desigualdades
do acesso ao ensino superior e não pode servir para ampliar desigualdades ou, o
que é inaceitável, se tornar espaço vetor de uma pandemia", diz a
nota.
Inep
O Inep
decidiu manter o exame, para garantir que os estudantes tenham acesso ao ensino
superior e possam continuar a formação. Em entrevista à Agência Brasil, o
presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que a autarquia preparou-se para
fazer o exame em um contexto de pandemia. “Temos a segurança [de] que a prova
deve ser feita e que as condições de aplicação são adequadas, são as que
precisam ser tomadas."
O Enem
2020 será aplicado na versão impressa nos dias 17 e 24 de janeiro e, na versão
digital, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
Com Informações Agência Brasil