Militar que havia sido preso com cocaína no avião oficial já havia praticado tráfico internacional em outras viagens
Manoel
Silva Rodrigues, sargento do Força Aérea Brasileira (FAB) que foi preso em
junho de 2019 por ter traficado cocaína em um avião militar oficial,
já havia praticado o mesmo crime em outras seis oportunidades. É o que indicam
os dados investigados pela Polícia Federal.
O
inquérito inicial aponta para a participação de outros militares brasileiros e
a continuidade do esquema após a prisão de Manoel.
Nas
sete viagens oficiais analisadas pela PF, o sargento conversa com a mulher
Wilkelane Nonato Rodrigues e indica a conclusão positiva do crime. Entre a
escala São Paulo e Recife, foram realizados quatro voos. Em três oportunidades
a droga foi despachada para Espanha - destino final da droga.
Manoel
chega a enviar uma foto para Wilkelane com um terço em determinado momento na
troca de mensagens. Segundo o Ministério Público Militar (MPM), a atitude não
configura 'ato de fé' e sim um aviso: o militar havia tido sucesso no crime
após uma missão oficial – em abril de 2019 – ao Azerbaijão, que passou pela
Espanha anteriormente.
O
órgão atesta para a participação de outros militares além de Manoel. Ao menos
quatro oficiais da Aeronáutica estão sendo investigados por utilizar as
aeronaves para a realização de tráfico nacional e internacional durante missões
da Força Aérea Brasileira.
Ednilson Pires, promotor de Justiça Militar, argumenta que "Colocaram o Estado brasileiro, as Forças Armadas e o próprio presidente da República em posição vexatória perante a sociedade e a comunidade internacional".
De acordo com o Superior Tribunal Militar (STM), outros envolvidos estão em liberdade através de medidas cautelares. Wilkelane foi solta dias após sua detenção e não respondeu a reportagem. O sargento Manoel foi condenado pelo Superior Tribunal da Andaluzia, na Espanha e atualmente cumpre pena em uma prisão espanhola após confessar o crime de tráfico internacional.
Fonte: iG