Bandidos invadem fazendas, matam gado e levam a carne em Cachoeiro

Produtores rurais que criam gado estão tendo prejuízo com a ação de bandidos em Cachoeiro. Crédito: Matheus Martins/TV Gazeta Sul

Roubos de gado têm gerado prejuízo e medo em produtores rurais de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Em alguns casos, o animal é abatido ainda dentro da propriedade e os restos mortais são abandonados. Há casos também em que caminhões e carretas são usados para transportar os animais roubados.

O produtor Joaquim Roberto, que mora na localidade São Vicente, no interior do município, foi vítima recentemente e segue preocupado com a situação. “Cheguei pouco antes das 6h da manhã, encontrei a cerca cortada, uma vaca no meio da estrada e a outra só tinha a buchada. Mataram e sumiram. Levaram tudo. A gente precisa de uma solução para isso. Já é o terceiro animal meu que levam” disse.

Joaquim contou ainda que, além dele, outros produtores na redondeza também foram vítimas.

"Já levaram dos meus vizinhos. Já fizemos duas ou três ocorrências (na polícia). Todo ano, quando chega final de ano, começam a levar. É uma crueldade. Chegam, matam e só deixam a cabeça", disse ele.

Outro produtor que também já foi vítima de roubo de gado é o Gil Maria. Na primeira vez, ele não encontrou vestígios do animal, já na segunda, encontrou a cabeça. “Já fui roubado duas vezes. Uma novilha eu não achei pedaço, só a cerca cortada, mas agora roubaram uma bezerra que eu achei só a cabeça. Levaram tudo, só ficou a cabeça. Toda manhã eu levanto cedo pra contar o gado e ver se falta algum. E faço com medo, porque a sensação de segurança não tenho. Cada vez que leva um é um prejuízo. A gente já pensou em vigiar, mas como que nós vamos vigiar? Não tem como.”

O vice-presidente da Federação de Agricultura do Espírito Santo, Wesley Mendes, falou que os produtores convivem com o clima de insegurança, uma vez que os roubos têm sido frequentes e em diferentes formas.

“A sensação de insegurança é total. Tem o roubo organizado do gado, que leva uma carreta de boi de uma vez, e tem essa matança aleatória que é feita na propriedade. Agem sempre na calada da noite, de maneira sorrateira e covarde. Todo dia tem relato de roubo, sem exageros. Eu fui roubado, meus vizinhos foram roubados, roubo de equipamentos, de casas. Todo tipo de roubo. O produtor chega e encontra sangue, cabeça para o lado, rabo para o outro. Isso é muito triste. É um mal trato com o animal que o produtor não comete”, disse.

Wesley falou que a federação e o sindicato rural têm pedido ajuda aos órgãos de segurança. “Durante esse ano inteiro a gente tem lidado com órgãos de segurança, tanto estadual, quando do município, para solucionar esse problema, ou tentar amenizar isso que é um risco social grave.”

O vice-presidente da Federação ressaltou, ainda, o risco de consumo dessa carne sem passar pelas devidas análises. “O produtor rural sabe produzir e encaminhar a carne para o frigorífico onde é feito uma análise para ir ao mercado, o ladrão que pode vender a carne para qualquer um e não sabe de nada disso. É um risco de saúde gravíssimo”, informou.

O QUE DIZ A PM

A Polícia Militar informou que realiza policiamento ostensivo em todo o município de Cachoeiro de Itapemirim, que inclusive conta com o reforço da Patrulha Rural na região do interior, mas devido à impossibilidade de estar presente em todo lugar ao mesmo tempo, conta sempre com a contribuição das comunidades para acionar uma viatura imediatamente, via Ciodes (190), sempre que houver suspeito ou ocorrência de crime em andamento, para que a equipe mais próxima se dirija mais rápido ao local.

A PM ressaltou que quando não houver detidos em flagrante, é necessário que a vítima registre a ocorrência em uma delegacia para que a Polícia Civil investigue, identifique e possa punir os criminosos que estejam agindo na região.

O QUE DIZ A POLÍCIA CIVIL

A Polícia Civil informou que a Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Cachoeiro de Itapemirim recebeu, no ano de 2021, registros de furtos de 13 animais no município. As investigações realizadas até o momento indicam que tratam-se de casos isolados e não há informações que apontem para ligação entre os fatos.

A Polícia Civil comunicou que investiga todos os casos formalizados nas delegacias, e orienta que as vítimas desse tipo de caso registrem a ocorrência em qualquer delegacia, ou por meio da Delegacia Online, https://delegaciaonline.sesp.es.gov.br, munidas de todo material que comprove o crime e que auxilie a polícia no trabalho de investigação. A população pode contribuir com informações de forma anônima através do Disque-Denúncia 181, que também possui um site onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas, o disquedenuncia181.es.gov.br. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas.

Fonte: TV Gazeta Sul



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