Operação foi feita em conjunto com a PF. — Foto: Polícia paraguaia/Reprodução |
Cinco brasileiros foram presos em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia na região de fronteira com o Brasil, neste sábado (23). Com os homens foi encontrado um verdadeiro "arsenal de guerra", de acordo com os oficiais paraguaios.
Fuzis, cartuchos, dinheiros, veículos, munições e até rádio de comunicação estão entre os objetos apreendidos. Veja a lista abaixo do que foi confiscado:
- Dois fuzis, do tipo AK-47, com carregadores;
- Seis carregadores para fuzil, do tipo AK-47;
- Um fuzil, do tipo M4, com dois carregadores;
- Inúmeras munições;
- Uma pistola, da marca Glock, com dois carregadores;
- Celulares;
- Equipamentos de rádio comunicação;
- Dinheiro.
A apreensão dos armamentos e outros objetos ocorreu em parceria entre as polícias do Paraguai e do Brasil, que atuam em conjunto na fronteira desde a série de execuções de várias pessoas na região.
A ação, deste sábado, foi encomendada pela polícia paraguaia, em Assunção. Entre os presos está Jefferson Kelvin Gonçalves de Oliveira, que tem ficha corrida na polícia do Brasil. O suspeito tem antecedentes de tráfico internacional de drogas e homicídio.
Os presos são:
- Jefferson Kelvin Gonçalves de Oliveira;
- Angelo Gabriel Pereira de Carvalho;
- Mizael Correa Viana;
- Luiz Gustavo Alvez Aguiar;
- Marcio Vinicius da Paixão Vieira.
Parte dos objetos apreendidos. — Foto: Polícia paraguaia/Reprodução |
Facção
Confirmado ao G1, por uma fonte da polícia paraguaia, os cinco presos teriam ido à Pedro Juan Caballero para incorporarem uma facção criminosa, que atua com tráfico de drogas na região de fronteira.
Os cinco presos foram enviados a Assunção, sob custódia da polícia do Paraguai. Todos devem responder por crime organizado.
Todas as armas foram enviadas para perícia. A polícia apura o envolvimento dos presos e a utilização dos objetos nos casos de execuções que assustaram a fronteira há duas semanas.
Crimes na fronteira
No dia 8 de outubro, o vereador Farid Afif (DEM) foi executado a tiros, enquanto fazia um passeio de bicicleta por Ponta Porã. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o parlamentar foi assassinado. Assista ao vídeo abaixo.
Somente entre a tarde do dia 8 de outubro e a manhã de 13 de outubro, sete pessoas foram assassinadas na região em que apenas uma rua divide Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e Pedro Juan Caballero, no departamento de Amambay.
Já no sábado, 9 de outubro, um atentado vitimou quatro pessoas, incluindo Haylee Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, filha de Ronald Acevedo, governador de Amambay, no Paraguai. Veja o vídeo do momento das execuções.
As outras vítimas do atentado, ocorrido no sábado (9), são: Omar Vicente Álvarez Grance, de 32 anos, conhecido como "Bebeto", foi atingido por 31 tiros, no sábado (9); Kaline Reinoso de Oliveira, de 22 anos. Natural de Dourados, foi morta com 14 tiros; e Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, de 18 anos, morta com 10 tiros. Veja vídeo do momento das execuções.
O policial paraguaio Hugo Ronaldo Acosta, de 32 anos, foi morto a tiros na noite do dia 12 do mesmo mês, na região de fronteira entre Brasil e Paraguai. O crime aconteceu em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha a Ponta Porã.
No dia 13, uma pessoa, ainda não identificada, morreu e duas ficaram feridas em um novo atentado, em Capitán Bado, município vizinho a Coronel Sapucaia, cidade sul-mato-grossense na região de fronteira entre Brasil e Paraguai. Entre os baleados está o vereador do município paraguaio, Ismael Valiente, e um idoso de 84 anos.
Depois da série de homicídios registrados nos últimos cinco dias na fronteira, o governo paraguaio anunciou um convênio entre Brasil e Paraguai para garantir segurança na região. O anúncio foi feito pelo ministro do interior do Paraguai, Augusto Giuzzio, e confirmado pelo secretário de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp), Antônio Carlos Videira.
Fonte: G1