Novo estudo encontra anticorpos de covid em leite materno de mães vacinadas

Resultados mostraram que esses anticorpos existem por três meses após a infecção pela COVID-19 (Foto: Divulgação)

“Uma coisa é medir as concentrações de anticorpos, mas outra é dizer que os anticorpos são funcionais e podem neutralizar o vírus SARS-CoV-2. Uma das descobertas empolgantes deste trabalho é que o leite materno de ambas as mães, tanto as que já tiveram a infecção por COVID-19, quanto as mães que receberam vacinação de mRNA, continham esses anticorpos ativos e capazes de neutralizar o vírus", resume Bridget Young, co-autora de estudo recém publicado na JAMA Pediatrics por pesquisadores da University of Rochester Medical Center e da New York University, ambas nos Estados Unidos.

A pesquisa encontrou evidências de que mães com dois tipos de imunidade de COVID-19 - adquirida por doença (aquelas que contraíram COVID-19 e se recuperaram) e adquirida por vacinação - produzem leite materno com anticorpos SARS-CoV-2 ativos. Em cada um dos casos, porém, os anticorpos são diferentes. As mães com imunidade adquirida pela doença produziram altos níveis de anticorpos Imunoglobulina A (IgA), enquanto as que adquiriram imunidade pela vacina produzem anticorpos imunoglobulina G (IgG).

Segundo Young, Ph.D. e professora assistente da Divisão de Alergia Pediátrica e Imunologia no URMC, essa é a primeira vez que tal evidência foi descoberta para anticorpos IgA e IgG e ambos os anticorpos forneceram neutralização contra SARS-CoV-2.

Os resultados mostraram que esses anticorpos existem por três meses após a infecção pela COVID-19, sendo que no caso das mães vacinadas, o estudo encontrou evidências de um declínio “leve a modesto” nos níveis de anticorpos. O que aconteceria, em média, três meses após a vacinação.X

As amostras coletadas foram de 77 mães, 47 estavam no grupo infectado e 30 no grupo da vacina. O intuito era determinar o nível de anticorpos no leite materno ao longo do tempo.
Estudos anteriores da URMC já mostravam evidências de anticorpos no leite materno de mães COVID-19 positivas. Este estudo, no entanto, representa o período de tempo mais longo que os anticorpos adquiridos pela doença foram examinados após a infecção.

Segundo outro autor da pesquisa, Kirsi Jarvinen-Seppo, PhD, MD e Chefe de Alergia e Imunologia Pediátrica da URMC, os resultados do grupo vacinado se alinham com o que é identificado no leite materno em outros casos de vacinação.“Depois de alguns meses, a tendência de anticorpos diminui , mas os níveis ainda estão significativamente acima do que eram antes da vacina.”, explica em comunicado para a imprensa.

Os cientistas alertam, no entanto, que o estudo não é capaz de demonstrar se esses anticorpos do leite materno podem fornecer proteção contra COVID-19 para as crianças amamentadas. Portanto, ao menos por enquanto, não é possível concluir que o leite materno de uma mãe imunizada substituiria a vacinação de bebês ou crianças.

Fonte: Galileu



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