Um vereador de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do estado, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil após um áudio, com ofensas e ameaças contra ele, começar a circular em grupos de WhatsApp.
O áudio foi gravado por uma mulher após Diogo Lube (PP) apresentar na Câmara Municipal um projeto de resolução que proíbe a entrada de pessoas na sede do Legislativo municipal sem a apresentação de um comprovante de vacinação contra a covid-19 — o chamado passaporte da vacina.
No áudio, a mulher afirma que o vereador é "vagabundo", "mulherengo" e "faz churrasco no puteiro", além de proferir outras ofensas. Também diz que há pessoas que estariam querendo atear fogo no carro do parlamentar e virar o veículo "de cabeça para baixo".
"Ele está querendo implantar o passaporte sanitário na Câmara. Aí a gente não pode vigiar eles, quem não é vacinado. Mesmo quem é, a gente não pode aceitar isso, porque ninguém pode colocar coleira na gente", afirma, em um trecho do áudio.
De acordo com Diogo Lube, a mensagem foi gravada por uma militante da extrema direita de Cachoeiro, que ele afirma só conhecer pelas redes sociais. O vereador conta que recebeu a mensagem pelo WhatsApp, de uma outra pessoa, e que registrou um boletim de ocorrência online na Polícia Civil.
"Estou sendo ameaçado de morte, por vários fatores. Infâmias, difamações, calúnias. Mas nós não podemos deixar de proteger a nossa sociedade, as nossas pessoas, porque a pandemia ainda está aí. Está entrando na quarta onda na Europa, principalmente nos não vacinados", destacou.
Diogo Lube ressalta que a apresentação do chamado passaporte da vacina tem sido uma exigência em diversos locais e que é importante que haja esse cuidado também na Câmara Municipal de Cachoeiro.
Ele lembra que um vereador do município — Sílvio Coelho Neto (Republicanos) — morreu este ano, vítima da covid-19, e que atualmente um servidor da Casa encontra-se intubado, na UTI, por causa da doença.
"[O passaporte da vacina] Já é uma realidade mundial. Países como a Áustria já estão exigindo, inclusive lockdown das pessoas não vacinadas. A partir de 1º de dezembro, os servidores do Espírito Santo vão ter que apresentar a carteira de vacinação. Portanto, a vontade coletiva, num momento de pandemia, supera qualquer vontade individual. Precisamos proteger a população e fazer com que esse vírus não circule mais", afirmou.
Projeto pode ser votado na semana que vem
A autora do áudio contra Diogo Lube encerra a mensagem afirmando que um outro vereador teria convocado quem é contra o projeto a ir à Câmara, nesta terça-feira (23), para pressionar os parlamentares a não aprovarem o projeto.
No entanto, a proposta ainda não foi a plenário e segue em tramitação nas comissões da Casa. De acordo com Diogo Lube, há uma expectativa de que a proposta seja analisada em plenário na semana que vem.
Fonte: Folha Vitória
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