![]() |
Criminosos aproveitam vulnerabilidade na segurança para invadir contas e tomar perfis — Foto: Reprodução/TV Diário |
Os golpes pela internet não são uma novidade e, a cada dia, eles crescem e se tornam mais criativos. De janeiro a novembro de 2021, o Espírito Santo registrou 30.120 crimes virtuais, número que já supera em 7.444 o total de todo o ano passado, 22.676.
Como muitos empreendedores, a microempresária Jana Simão divulga, através de um perfil nas redes sociais, o trabalho de organização de festas que realiza. Mas, há poucas semanas, a conta que ela utiliza foi invadida e Jana viu o ganha-pão se tornar uma grande dor de cabeça.
"Eu estava ali vendo o perfil de um hotel, entrei lá e saí. Quando eu saí, as pessoas já começaram a me ligar, meu telefone começou a tocar disparado. Aí, quando as pessoas me ligavam [perguntavam] 'Jana, o que é isso que você tá vendendo?' e eu falava 'não estou vendendo nada'. Aí eu desliguei e fui acessar a conta, quando entrei já apareceu 'você foi deslogada'", relatou Jana.
Ela tentou recuperar o acesso pelo celular, e-mail e até perfil em outra rede social, mas os golpistas haviam modificado as informações de segurança dela.
Com o controle sobre a conta de Jana, os criminosos aplicaram vários golpes. Publicaram anúncios de celular, mesas e máquinas de lavar. Os produtos, é claro, não eram entregues.
No período em que ficou sem acesso a sua conta na rede social, Jana deixou de vender mais de R$ 10 mil em serviços que ela oferece.
"Um prejuízo sem fim, tanto para as pessoas [que caiam nos golpes] quanto para mim que fiquei sem trabalhar esses cinco dias, porque a maioria do nosso trabalho é ali dentro da rede social. Eu não conseguia trabalhar, porque eu fiquei envolvida com isso, tentando recuperar e as pessoas não serem mais lesadas. Foi um transtorno muito grande", contou.
Para o especialista em segurança pública Rogério Fernandes Lima, sempre que um ataque virtual é bem sucedido e os criminosos conseguem roubar perfis de outras pessoas, alguma medida de segurança falhou, facilitando o acesso.
"Nesse mundo digital em que as informações transitam por todos os setores, é importante que as pessoas sempre tomem cuidado, porque qualquer um de nós está sujeito de ter uma conta invadida. Agora, sempre que isso acontece, a gente falhou em algum momento, deixando um espaço aberto para que esse invasor nos ataque", explicou Lima.
A esteticista Ariene Rodrigues chegou a ter um conta com mais de 11 mil seguidores nas redes sociais. Depois que teve a conta invadida, além de perder parte dos seguidores, ela ainda sofre ameaças de quem caiu no golpe.
"Cada dia é uma, duas, três pessoas que entram em contato, foram várias pessoas que entraram em contato. São várias ameaças e uma disse assim, inclusive 'você está correndo risco de vida'", disse
O caso da esteticista não teve solução e ela precisou criar um novo perfil, mas deixando claro que não tem nenhum envolvimento no golpe do qual ela também foi vítima.
Já a microempreendedora Jana procurou a polícia e registrou uma ocorrência. Ela conseguiu ter a rede social recuperada, mas por esforço próprio. Mesmo assim, as duas vítimas afirmam que as perdas são inestimáveis.
"O meu fluxo de vendas diminuiu, caiu 70%. Muita gente conseguia ver, era uma página de bastante movimento, então a pessoa seguia e a rede social passava [dava alcance] para as informações que a gente publicava. Hoje eu tô com uma página que tem 230 pessoas seguindo", lamentou Ariene.
Por isso, o especialista orienta a sempre desconfiar dos anúncios, principalmente aqueles que têm facilidades demais.
"Parar, refletir e criar a dúvida. Se a proposta é muito boa, é muito tentadora, é preciso duvidar dessa proposta antes de fechar qualquer acordo", alertou.
Fonte: G1


/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/h/T/9wVAHGQXexshevPLziKQ/whatsapp-image-2021-04-20-at-12.46.32.jpeg)
.gif)