Regiões Noroeste e Norte lideram no aumento de homicídios no ES em 2021

Os homicídios caíram na Grande Vitória e Sul do Estado, e aumentaram no Norte e Noroeste. Dez cidades dessas regiões têm mais de 50 mortes por 100 mil habitantes.


Policiais militares lotados nos batalhões da região Noroeste não serão deslocados nesta temporada de verão para reforçar o policiamento nos balneários. Mas não é nada de favor ou mesmo nobreza, mas sim motivo de preocupação: enquanto o número de homicídios em 2021 caiu na Grande Vitória e nas regiões Sul e Serrana do Estado, os índices aumentaram nas áreas de influência dos batalhões que atuam no Norte e Noroeste.


As estatísticas do painel de homicídios da Secretaria de Segurança do Estado, atualizadas no último dia 26, portanto, faltando cinco dias para fechar o ano, demonstram que o Espírito Santo está com queda de 3,8% no número de homicídios, quando comparados com os índices registrados em 2020 até essa mesma data. Em 2020 eram 1091 homicídios em todo o Estado, enquanto em 2021 foram registrados 1049.


A região Noroeste é a que mais preocupa, com um aumento de 22,8%: saiu de 127 homicídios em 2020 para 156 em 2021. Os números aumentaram nas três AISP (Ações Integradas de Segurança Pública), que gravitam em torno do 2º (Nova Venécia), do 8º (Colatina) e do 11º Batalhão da Polícia Militar (Barra de São Francisco), mas são puxados, especialmente, pelas ocorrências no âmbito da AISP2, onde o crescimento foi de 39,3% no número de homicídios, de 61 em 2020 para 85 em 2021.

Picos
Cidades como Boa Esperança, Nova Venécia e São Gabriel da Palha tiveram saltos preocupantes no número de homicídios. Boa Esperança saltou de cinco homicídios em 2020 para 11 em 2021. Nova Venécia foi de 10 em 2020 para 20 em 2021. E São Gabriel da Palha saltou de 12 em 2020 para 20 em 2021. Mas na região Norte o pior desempenho foi Conceição da Barra, que teve o registro de duas chacinas num intervalo de 40 dias no distrito de Braço do Rio, na margem da BR 101. O município já registrou 28 homicídios este ano, contra 23 no ano passado.

Na região Noroeste, o menor índice de crescimento de homicídios foi na AISP8, centralizada em Colatina. Nessa área foram 40 homicídios em 2020 e 42 em 2021, crescimento de 5%. Na AISP11, de Barra de São Francisco, os números cresceram de 26 para 29, um percentual de 11,5%. Na cidade sede, propriamente dita, foram sete homicídios em 2020 e oito em 2021, crescimento de 14,3%.

Das cidades do interior do Estado com mais de 100 mil habitantes, Colatina é o destaque positivo, com 13 homicídios em 2020 e 10 em 2021. Outra que se saiu bem foi Cachoeiro de Itapemirim, que teve 33 homicídios em 2020 e até agora 24 em 2021, uma queda de 27,3%. Aracruz também teve redução: de 18 em 2020 para 12 em 2021, queda de 30%.

Pelo lado negativo, o grande destaque é São Mateus, que em 2020 teve 37 homicídios até 26 de dezembro, enquanto em 2021 já chegou a 46 mortes propositais, uma elevação de 24,3% no número de homicídios. Linhares vem em seguida com 71 em 2020 e 75 em 2021, com aumento de 5,6%.

Por 100 Mil
No mês de novembro causou polêmica a declaração do coronel da reserva Júlio Cezar Costa, que participa do Fórum Nacional de Segurança, sobre o que chamou de “ambiente de guerra civil” um lugar que tenha mais de 50 homicídios por grupos de 100 mil habitantes por ano. “Quando passa de 50 homicídios por grupos de 100 mil habitantes, já se configura um quadro de guerra civil”, disse ele.

Há 10 cidades com esses índices altos, todas entre as regiões Norte e Noroeste: São Domingos do Norte – 100 homicídios por 100 mil habitantes; Conceição da Barra – 88,9 por 100 mil; Boa Esperança – 72,6 por 100 mil; Jaguaré – 66,5 por 100 mil; Pinheiros – 65,2 por 100 mil; Vila Valério – 64 por 100 mil; Sooretama – 60,7 por 100 mil; Águia Branca – 55,6 por 100 mil; São Gabriel da Palha – 51,2 por 100 mil.]


Na Região Metropolitana (Região Integrada de Segurança Pública 01) a queda no número de homicídios é de 13,6%. A menor queda é na AISP01 (Vitória), com apenas 1%, seguida de AISP04 (Vila Velha) com 8%, a AISP20 (Viana) com 12%, AISP06 (Serra) com 14%, AISP07 (Cariacica) com 20% e AISP10 (Guarapari) com 25%. Em toda a região o índice é de 25,6 homicídios por grupos de 100 mil habitantes.


Os melhores índices do Estado estão, pela ordem, nas regiões Sul e Serrana. A região Sul (RISP03), teve leve alta no índice de 15,7 homicídios por grupo de 100 mil em 2020 para 16,2 em 2021, puxada pela elevação de 7,5% no número de homicídios, com destaque para os 47,4% de alta na AISP18 (Itapemirim).


Na Região Serrana (RISP05) o índice de 2020 era de 18,1 homicídios por 100 mil e caiu para 16,4 em 2021. Em termos relativos, a região teve queda de 7,9% no número de homicídios, com os melhores índices na AISP15 (Afonso Cláudio), com 21,4%, caindo de 14 em 2020 para 11 em 2021.

As maiores vítimas de homicídios no Estado são os homens. Dos 1047 casos, os homens foram 942 e as mulheres 105, uma proporção de 9 homens mortos de forma provocada para cada uma mulher. A Região Metropolitana tem a maior discrepância: 12 por uma; seguida da Região Norte com 7,8 por uma; Noroestes com 7,7 por uma; Serrana com 6,3 por uma; e Sul com 6,1 por uma.

Fonte: Tribuna Norte Leste 

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