RETROSPECTIVA: Futebol capixaba fechou 2021 com ouro olímpico e domínio do Nova Venécia

Montagem ge

Chegou ao fim mais uma temporada do futebol capixaba. O ano de 2021 pôde ser comemorado pelo torcedor, que retornou aos estádios após mais de um ano afastado devido à pandemia da Covid-19, e também por aqueles que não tinham time para torcer. Acompanhada do sucesso de atletas capixabas no exterior, a temporada foi marcada pela criação e profissionalização de clubes, junto ao retorno de competições.

No último dia 12 de dezembro foi colocado ponto final no calendário do futebol capixaba com a decisão do Campeonato Capixaba Sub-17. Ao todo, a Federação de Futebol do Espírito Santo (FES) realizou sete competições, sendo a Copa Espírito Santo a única disputada com todos os estádios autorizados a receber público.

A temporada teve o Rio Branco-ES avançando na Copa do Brasil, o Real Noroeste enfim conquistando o tão almejado título da Série A do Estadual, a estreia do Rio Branco VN em torneios nacionais, a decepção na Série D do Brasileiro, o início vitorioso do Nova Venécia, cujo embaixador Richarlison conquistou o ouro olímpico, e os destaques capixabas na Copa Sul-Americana e na Libertadores masculina e feminina.

Para relembrar os principais momentos da temporada, o ge Espírito Santo organizou uma retrospectiva de como foi a temporada 2021. Confira o que de mais importante aconteceu no futebol capixaba!

Real Noroeste, campeão capixaba de 2021 — Foto: RP Fotografia

Em decorrência da pandemia da Covid-19, que estendeu o Estadual de 2020 até o dia 30 de dezembro, a edição deste ano do Campeonato Capixaba teve início apenas no final de fevereiro. E a mesma pandemia voltou a assombrar a competição. Por quase um mês, entre março e abril, após os aumentos de casos no Espírito Santo, o Capixaba 2021 foi paralisado.

Apontados como os quatro favoritos ao título, Rio Branco VN, Vitória-ES, Real Noroeste e Rio Branco-ES terminaram a primeira fase nas quatro primeiras colocações, eliminaram os seus respectivos adversários nas quartas de final e decidiram as duas vagas nas finais.

Após empates em 0 a 0 nos jogos de ida, o Rio Branco VN eliminou o Rio Branco-ES, no Olímpio Perim, com resultado incontestável de 3 a 0 (assista) e o Real Noroeste passou pelo Vitória-ES, depois de um empate em 1 a 1 no tempo normal e um triunfo nos pênaltis, por 4 a 2.

Na decisão, o Real seguiu o roteiro da semifinal. Empatou em 0 a 0 com o Rio Branco VN, em casa, e em 1 a 1, fora. Na decisão por pênaltis, o time de Duzinho Reis mais uma vez brilhou, venceu por 8 a 7, e conquistou o título inédito.

O Estadual que consagrou o meia veterano Edinho, do Vitória-ES, como o artilheiro e o craque, também teve os rebaixamentos do São Mateus e do Pinheiros, que terminou a competição sem ganhar nenhum jogo.

Zagueiro Petróleo comemora o gol da virada do Rio Branco-ES sobre o Sampaio Corrêa — Foto: Rafael Brozeguini/Rio Branco AC

Finalistas do Campeonato Capixaba 2020, Rio Branco-ES e Rio Branco VN representaram o Espírito Santo nas competições nacionais na última temporada. Com a vantagem de jogar em casa, mas com a obrigação de vencer, as duas equipes tiveram a Copa do Brasil como marco inicial da longa maratona que o calendário cheio proporcionou.

O Capa-Preta foi o primeiro a colocar o “pé na forma”, no melhor sentido da expressão. Com um jogador a menos durante todo o segundo tempo, o Rio Branco surpreendeu ao avançar de fase na Copa do Brasil pela primeira vez em sua história com uma vitória de virada, por 2 a 1, sobre o Sampaio Corrêa.

Estreante no cenário nacional, ao Brancão Polenteiro faltou experiência. Também com 100% de aproveitamento na Série A do Estadual, o time de Venda Nova do Imigrante foi dominante diante do ABC, mas não foi capaz de virar o placar, sendo eliminado com o empate em 1 a 1, dentro de casa, com a torcida nos arredores do estádio Olímpio Perim.

Afetado por 12 casos positivos de Covid-19, o Rio Branco-ES não só teve que enfrentar o pedido de licença do treinador André Visser, como encarou o Vitória, no Barradão, sem jogar uma partida há 25 dias, devido a paralisação do futebol no Espírito Santo, em cumprimento ao decreto do Governo do Estado para o combate a pandemia do novo coronavírus. Incapaz de oferecer qualquer tipo de perigo ao Vitória, o Rio Branco-ES deixou a competição com uma derrota por 2 a 0, que não retrata o que foi o jogo.

Série D: Capa-Preta e Venda Nova eliminados de braços dados

Rio Branco VN vence o Rio Branco-ES e sobe para a terceira posição do Grupo 6 da Série D — Foto: Cid Fernandes

A Série D do Campeonato Brasileiro 2021 marcou o retorno do Rio Branco-ES, que não disputava a competição desde 2015, e a estreia do Rio Branco VN, que garantiu a vaga com o título de campeão capixaba de 2020.

O Capa-Preta até que deu esperança ao seu torcedor no início da Série D, quando eliminou o Aquidauanense-MS, na fase preliminar, com uma goleada no Mato Grosso do Sul e uma vitória no Kleber Andrade. Mas parou por aí.

Da derrota na estreia, em casa, contra a Caldense, até a vitória na despedida, sobre a mesma Veterana, em Poços de Caldas, o Rio Branco-ES viveu momentos muito ruins, trocou de técnico duas vezes e ficou sem chances de classificação faltando ainda três rodadas para o fim da fase de grupos.

Ao contrário do Brancão da Capital, o Rio Branco VN foi mais regular. O time comandado pelo técnico Roy fez bons jogos contra equipes com mais investimento como a Ferroviária, Caldense, Uberlândia e Boa Esporte, ficou por um bom tempo no G-4 do Grupo 6, mas perdeu pontos importantes para as equipes da parte debaixo da tabela. Os tropeços foram determinantes para o time de Venda Nova do Imigrante ficar sem a vaga na segunda fase da Série D.

Série B Capixaba: Nova Venécia tem início meteórico e levanta a taça

Nova Venécia, campeão da Série B do Campeonato Capixaba 2021 — Foto: Thiago Félix

Em 2021 a Série B do Campeonato Capixaba teve a participação de 10 clubes, a maior desde 1994. E entre os participantes, três clubes faziam as suas respectivas estreias no futebol profissional: Aster, Porto Vitória e Nova Venécia. E foi o estreante Leão, que tem o craque Richarlison como padrinho, que superou todos os seus adversários e conquistou o seu primeiro título da história.

A equipe treinada pelo ex-lateral do Vasco, Cássio Barros, atropelou o seus adversários e levantou a taça com uma única derrota - para o Forte Rio Bananal.

Em uma Série B com média alta de 3,20 gols por partida, uma foi responsável por elevar esse número. Na última rodada da primeira fase, o Capixaba aplicou uma goleada de 12 a 0 no GEL. A vitória elástica não adiantou de nada porque as duas equipes chegaram sem chances de classificação.

Na decisão, disputada no estádio Kleber Andrade, o Nova Venécia empatou com o CTE/Colatina no tempo normal e sagrou-se campeão nas cobranças de pênaltis (assista). Os finalistas garantiram o acesso para a Série A de 2022.

Copa ES: Com retorno do público, Nova Venécia conquista mais um título


Nova Venécia derrota o Aster e conquista o título inédito da Copa Espírito Santo 2021 — Foto: Thiago Félix

Após o acesso à Série A do Estadual, o Nova Venécia tinha um objetivo bastante claro para a Copa Espírito Santo: garantir as vagas para as competições nacionais de 2022. Sem os tradicionais Estrela do Norte e Vitória-ES no primeiro campeonato com público presente do início ao fim, o Leão do Norte foi apenas um dos vários clubes do segundo escalão estadual que ditaram o ritmo e deixaram grandes clubes pelo caminho.

O panorama da competição é definido pela semifinal composta por Aster, Capixaba, Nova Venécia e Serra. Representantes do estado do Espírito Santo nas competições nacionais, Rio Branco-ES e Rio Branco VN não tiveram forças para competir contra Aster e Capixaba, respectivamente.

O Capixaba, comandado pelo craque e aritlheiro Jobson, avançou como líder do Grupo B, mas foi eliminado nas semifinais justamente pela grande surpresa, o Aster. Depois de avançar para o mata-mata na última rodada e com o elenco mais jovem da Copa ES - média de apenas 22 anos -, o time da Capital só foi parar na grande final, nos pênaltis, para o campeão Nova Venécia.

A decisão do torneio, entre Aster e Nova Venécia, registrou o recorde de público da temporada, com 1.083 torcedores. O estádio Kleber Andrade não recebia mais de mil pessoas desde o dia 6 de abril de 2019, quando o Rio Branco-ES venceu o Real Noroeste, por 4 a 3, no jogo de ida das semifinais do Campeonato Capixaba.

Sem brilho, capixabas se despedem do cenário nacional na Copa Verde

Rio Branco-ES e Brasiliense — Foto: Gustavo Moreno/Esp. Metrópoles

A Copa Verde também teve um feito importante para o futebol capixaba. Pela primeira vez, desde o vice-campeonato do Atlético Itapemirim (2018), um clube do Espírito Santo avançou de fase da competição.

Já com a chave virada e com foco total na Copa Espírito Santo, que garantia manutenção das vagas para as competições nacionais de 2022, Rio Branco VN e Rio Branco-ES disputaram a Copa Verde simultaneamente ao torneio estadual.

Assim como na Série D do Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil, o Rio Branco-ES foi o primeiro a estrear na competição regional. Após empate em 0 a 0 com o Brasiliense no tempo normal, o Brancão foi batido por 5 a 3 nos pênaltis. O confronto marcou a terceira eliminação consecutiva de um clube capixaba para o Jacaré na fase inicial do torneio.

Com time misto, o Rio Branco VN ainda invicto sob o comando do técnico Rodrigo César, derrotou o Interporto, por 1 a 0, no Tocantins, e avançou de fase na Copa Verde. Após vencer o time formado por atletas sub-20 e sub-17, o Brancão Polenteiro encarou, nas oitavas de final, o time reserva do Vila Nova e saiu derrotado, por 3 a 0.

Porto Vitória brilha na base e Aster conquista o Capixaba Sub-20

Fortaleza x Porto Vitória, pela Copa do Brasil Sub-17 — Foto: Samuel Andrade / Fortaleza EC

O futebol de base do Espírito Santo viveu uma das melhores temporadas em 2021. A começar pelo cenário nacional. Sem a Copa São Paulo de Futebol Júnior, que não foi realizada em decorrência da pandemia, os times capixabas disputaram as Copas do Brasil Sub-20 e 17.

Entre os juniores, o Serra representou mais uma vez o futebol capixaba e novamente caiu na primeira fase. Desta vez, o Cobra-Coral foi goleado pelo Tupi-MG, por 4 a 1, em Juiz de Fora, e deu adeus ao torneio.

No juvenil, o Porto Vitória fez história. A começar pela classificação heroica diante do Fortaleza, no Ceará, com uma vitória de virada, com dois gols no fim da partida. O time capixaba ainda passaria com facilidade pelo São Raimundo-RR e viria a cair apenas nas quartas de final, quando foi superado pelo Atlético-MG.

Ainda no cenário nacional o capixaba Emersonn, do Athletico-PR, terminou como o artilheiro do Campeonato Brasileiro Sub-17, com 12 gols. O desempenho do atacante resultou na renovação com o Furacão, até maio de 2024.

Nos Estaduais de base, o Porto também foi dominante. Apenas na categoria Sub-20, o time da Capital não levantou a taça, que acabou ficando com o Aster, que sagrou-se campeão por WO, porque o Forte Rio Bananal chegou atrasado na decisão. O finalistas conquistaram as vagas para a Copa SP 2022 e o Aster vai jogar a Copa do Brasil Sub-20, no ano que vem.

No Sub-15, o Porto Vitória garantiu a sua terceira taça na história da competição, ao derrotar o Atlético Itapemirim, por 2 a 1, de virada, na final. No Sub-17 também deu Porto. A equipe comandada pelo técnico Erich Bomfim passou pelo Aster, por 3 a 1, na final, e sagrou-se hexacampeão capixaba.

“Queda” no Brasileirão e hegemonia no Capixaba Feminino

Vila Nova-ES x Atlético-GO — Foto: Marlyson Tadino

Assim como nos últimos seis anos, o protagonismo do futebol feminino capixaba foi dominado pelo Vila Nova-ES, em 2021. Pela quarta consecutiva, o time de Vila Velha representou o Espírito Santo na Série A-2 do Brasileirão. A equipe chegou na última rodada da primeira fase com chances remotas de avançar para as oitavas de final, mas acabou sendo goleado pelo Bragantino, que meses depois viria a conquistar o título da competição. A eliminação do Vila Nova também resultou na queda do futebol feminino capixaba para a recém-criada Série A-3.

No Capixaba Feminino, o Vila fez valer o favoritismo e novamente conquistou o título - sexto consecutivo e sétimo na história da competição. A equipe do técnico Luciano Tadino superou com facilidade a fase de grupos e fez uma final muito disputada contra o Prosperidade, que “vendeu caro” a derrota, que veio apenas no final da partida, com um golaço da meia-atacante Luana.

Vila Nova-ES, campeão capixaba feminino 2021 — Foto: Henrique Montovanelli/FES

No cenário nacional, as jogadoras capixabas também brilharam. Com destaque para a meia Gabi Zanotti, do Corinthians. A camisa 10 do Timão marcou gols decisivos e conquistou a tríplice coroa - Paulistão, Brasileirão e a Libertadores. Além das taças, Gabi foi eleita para a seleção de todas as competições.

Gabi Zanotti — Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians

Ainda além das fronteiras do Espírito Santo, as também capixabas Carol Tavares e Luana Menegardo, ajudaram a Ferroviária a ficar em terceiro na Libertadores e no Brasileirão Feminino. Na Série A-2 do Brasileirão, a goleira Karol defendeu pênaltis importantes, um deles na final, e foi decisiva no título e no acesso do Bragantino para a primeira divisão.

Richarlison veste a camisa 10 da Seleção Brasileira em Ouro Olímpico

Richarlison — Foto: CBF

Este ano de 2021 brindou os capixabas com conterrâneos protagonistas em momentos importantes. Foi ano de Jogos Olímpicos e de Richarlison com a camisa 10 da Seleção Brasileira. O atacante capixaba honrou o legado de astros do futebol como Pelé, Didi, Rivellino, Rivaldo, Raí, Ronaldinho, Kaká e Neymar na campanha sólida do Brasil em Tóquio 2020.

Na final, o Brasil derrotou a Espanha, por 2 a 1 (assista), e conquistou a medalha de ouro no futebol masculino. Sem decepcionar, o Richarlison foi artilheiro da modalidade com cinco gols em seis jogos.

Pelo Everton, da Inglaterra, o atacante de 24 anos alcançou a marca de 50 gols na Terra da Rainha e entrou para a história ao se tornar o terceiro brasileiro com mais gols na Era Premier League (41).

Do título no gramado japonês à glória máxima nas competições continentais da América do Sul. Na final da Copa Sul-Americana, disputada no Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, o Athletico-PR, de Pedro Rocha, venceu o Bragantino, de Edimar e Nathan, por 1 a 0. No jogo, somente Edimar começou jogando e Pedro Rocha entrou aos 75, dois minutos antes do lateral do Massa Bruta ser substituído.

Por fim, pelo terceiro ano consecutivo um clube brasileiro fatura a Libertadores da América. Em todas as oportunidades, com pelo menos um capixaba no elenco. Para Luan, que havia sido campeão do inédito ouro olímpico na Rio 2016, o título continental pelo Palmeiras significou o bicampeonato com o clube paulista.

Capixaba Luan comemora libertadores dando banho de cerveja na medalha — Foto: REUTERS/Andres Cuenca Olaondo

Fonte: ge

Postagem Anterior Próxima Postagem