Líder do tráfico acusado de ordenar mortes de dentro do presídio é condenado a 54 anos de prisão


A Justiça condenou a 54 anos e cinco meses de prisão Cleuton Gomes Pereira, acusado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) de ordenar a morte de dois homens em fevereiro de 2019, no bairro Ponta da Fruta, em Vila Velha, na Grande Vitória.

A condenação por homicídio consumado qualificado aconteceu na noite da última terça-feira (22), após o caso ir á júri popular, com duração de dois dias.

As vítimas do assassinato são Shayllon Canuto da Silva e Marcos Venício Pereira. No dia 10 de fevereiro de 2019, eles foram rendidos por três executores próximo ao local onde viviam e foram assassinados. A motivação do crime é a disputa pelo tráfico de drogas, segundo o MPES.

Ainda de acordo como MP, Cleuton, que é conhecido como "Frajola" determinou as mortes no período em que estava preso. Ele é apontado pela acusação como o chefe do tráfico de drogas de grande parte da região de Terra Vermelha, também em Vila Velha. Por isso, segundo o MPES, mesmo de dentro do presídio, o condenado continuou comandando o tráfico.

Cleuton contava com o apoio de um comparsa, Gleidson Tiago Alves de Souza, que tomava as decisões após consultá-lo na prisão. Gleidson também foi condenado a 49 anos de prisão. Os três executores das vítimas também foram condenados pelas mortes.

"Durante a apuração do caso, investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPES constataram que 'Frajola' teve 1.500 horas de visitas de advogados, em 720 ocasiões diferentes, embora ele afirmasse não ter envolvimento com o tráfico de drogas e não dispor de fonte de renda", divulgou o Ministério Público.

O órgão pontuou que Cleuton, que liderava uma organização criminosa, passou por julgamentos anteriores, mas foi absolvido.

"Por isso, para os promotores de Justiça do MPES que atuaram no caso, as condenações contribuem para reduzir a criminalidade e a impunidade, pondo fim à atuação de um grupo criminoso que agia em Vila Velha", reforçou o MP.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Cleuton Gomes Pereira, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Fonte: G1



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