Quem é o milionário russo que ofereceu R$ 5 milhões pela captura de Putin

Milionário russo Alexander Konanykhin ofereceu um prêmio de mais de R$ 5 milhões pela captura de Vladimir PutinImagem: Reprodução/Redes sociais

"Desafio: Como ser um empresário bem-sucedido mesmo sendo perseguido pelo FBI, pela KBG, pelo INS (Serviço de Imigração e Naturalização dos EUA), pelo Departamento de Segurança Doméstica, pelo Departamento de Justiça, pela Interpol e jurado de morte pela máfia". É este o título da autobiografia de Alexander Konanykhin, o milionário russo que ofereceu um prêmio de mais de R$ 5 milhões pela captura de Vladimir Putin.

A postagem de Konanykhin, um ex-banqueiro que vive nos Estados Unidos desde a década de 1990, gerou polêmica por incluir uma imagem do presidente russo com os dizeres "procura-se: morto ou vivo". O post foi deletado e, depois, refeito sem a ilustração.

"Algumas reportagens sugerem que prometi pagar pelo assassinato de Putin, o que não é verdade", escreveu Konanykhin, que sustenta ele próprio ter sido jurado de morte pela máfia e coleciona uma série de relatos polêmicos sobre sua vida.

Fortuna após queda da União Soviética

Konanykhin começou a montar o seu pé de meia ainda na Rússia, após ter sido expulso do prestigiado MIPT (Instituto de Física e Tecnologia de Moscou), onde estudava "para ser um projetista de foguetes". O motivo da expulsão foi "se envolver em atividades capitalistas", segundo relatou em entrevista ao Los Angeles Daily Journal.

Alex conta ter transformado um projeto escolar de reforma de imóveis em um negócio, algo que começou a reverter em lucro e o ajudou a reunir o suficiente para criar o Russian Exchange Bank, aos 25 anos.

O banco foi um dos primeiros a receber licença de negociação de moeda com o fim da União Soviética. A avaliação dele é de que, em 1992, a empresa valia 300 milhões de dólares. Uma reportagem do Washington Post relata que Alex participava de eventos da alta sociedade russa e ostentava uma vida luxuosa com a reabertura ao ocidente.

Também em 1992, acompanhou o então presidente russo Boris Yeltsin em uma viagem a Washington, munido de passaporte diplomático, e depois fugiu para Budapeste, na Hungria. "Eu era mais poderoso que as gangues ou o governo. Saí da Rússia porque as regras do jogo estavam se tornando muito perigosas", disse Konanykhin ao jornal americano.
Fuga da máfia

Ainda segundo os relatos de Konanykhin, ele deixou a Rússia ameaçado pelo crime organizado. No mesmo ano em que chegou à Hungria, afirmou ter sido sequestrado por mafiosos contratados por outros acionistas de seu banco. Ele conta que o grupo exigia os seus ativos, e que conseguiu escapar após dizer que esperaria o expediente bancário abrir para fazer a transferência. Ao retornar ao hotel, reuniu os pertences e fugiu para os EUA.

Em outro continente, relatou à imprensa sobre o sequestro e procurou informar as autoridades russas — chegou a enviar uma mensagem diretamente ao presidente Yeltsin sobre o caso. No entanto, após o início das investigações, as autoridades colocaram em foco o próprio Alex.

Em 1996, ele foi preso nos EUA sob acusação de ter desviado 8,1 milhões de dólares do Russian Exchange Bank. Os russos exigiram a extradição. Segundo a reportagem do Washington Post, Alex diz ter transferido o dinheiro para diversas contas para evitar que fosse roubado.

Um dos argumentos que ele utilizou para não ser deportado foi o fato de ter sido jurado de morte pela máfia russa, informação que também sustentada pelo FBI durante as investigações. Três anos depois, recebeu asilo diplomático dos EUA e as acusações contra ele foram retiradas.

Vivendo nos EUA, fundou agências publicitárias voltadas para a produção de conteúdo online e hoje é um dos jurados do reality show "Unicorn Hunters" (Caçadores de Unicórnios, em português), que busca premiar startups com projetos inovadores. No programa, do qual é produtor executivo e um dos cocriadores, divide a bancada com nomes como Steve Wozniak, um dos fundadores da Apple, e Lance Bass, ex-integrante da boyband *NSYNC.

Fonte: Uol


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