Pescador sofre convulsões após pisar em peixe venenoso; saiba o que fazer em caso de ferimento

Peixe-leão: espécie encontrada no litoral brasileiro é invasora

Popularmente conhecido como peixe-leão, o Pterois volitans é uma espécie peçonhenta, predatória e agressiva a outros peixes e invertebrados marinhos. No Ceará, um pescador sofreu convulsões e paradas cardíacas após pisar em um peixe-leão, na Praia de Bitupitá, do município de Barroquinha, no litoral do interior do Estado. Por causa do envenenamento, o pescador ficou internado por quase uma semana.

O caso foi confirmado pelo professor Marcelo Soares, do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará. "O peixe-leão é uma espécie invasora, que surgiu no extremo oeste do Ceará entre Bitupitá e Itarema. Ele foi encontrado em regiões consideradas rasas, entre 0 e 8 metros de profundidade. Até agora, foram encontrados 30 peixes, mas, à medida que os anos foram passando, a quantidade pode aumentar se não houver um controle ambiental por parte das autoridades", explica o professor.

Segundo Soares, o peixe-leão possui 18 espinhos venenosos. Em contato com um humano ou outro animal, ele libera um veneno que injeta neurotoxinas por meio desses espinhos, o que causa febre, convulsões e dores intensas no local.

No último mês de março, oito peixes-leão foram capturados no norte do Ceará. Um foi encontrado no município de Camocim, enquanto os outros sete foram achados em Acaraú, Cruz e no Parque Nacional de Jericoacoara, uma das praias do Ceará mais visitadas por turistas.

Veneno de peixe-leão é similar ao da cobra

O peixe-leão é encontrado no Oceano Atlântico. São facilmente identificados por suas características bastante atrativas e bonitas: listras vermelhas, marrons e brancas. Também possui tentáculos e barbatanas similares a um "leque".

Praticantes de mergulho e pesca, por exemplo, caso visualizem a espécie, não devem chegar muito perto. Vale ressaltar que não se trata de um peixe agressivo, mas um contato acidental pode levar a sérias consequências, como as sofridas pelo pescador no litoral do Ceará.

Levando em consideração o tipo de veneno produzido pelo peixe-leão, ele é similar ao da cobra em toxicidade e a "picada" pode ser bastante dolorosa.

Saiba o que fazer em caso de ferimento pelo peixe

De acordo com especialistas, em geral, casos envolvendo o peixe-leão não costumam ser fatais. Porém, é importante ficar atento aos sintomas e procurar ajuda médica o mais rápido possível, principalmente, se surgirem complicações. Em situações mais graves, se a pessoa for alérgica, corre o risco de sofrer um choque-anafilático.

Retirar os espinhos e fazer a limpeza correta da ferida é fundamental para dificultar a ação do veneno. Dores fortes, inchaço, vermelhidão, dormência e hematomas são bastante comuns. A toxina do peixe também pode provocar paralisia temporária, dor de cabeça e náuseas.
Ministério do Meio Ambiente lançou campanha para alertar banhistas, turistas e pescadores

Em fevereiro deste ano, o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Instituto Chico Mendes (ICMbio) lançou uma caminha que tem por objetivo orientar as pessoas sobre os perigos envolvendo peixe-leão.

A ideia é disponibilizar para turistas e banhistas informações para que as vítimas do animal saibam como cuidar da área afetada. No caso de mergulhadores e pescadores, a orientação é para que o peixe não seja devolvido ao mar. Além disso, autoridades devem ser comunicadas sobre o local onde ele foi visto para que haja monitoramento da área.

Vale lembrar que apesar de ser encontrado no litoral brasileiro, a espécie não é nativa, é classificada como invasora.

O material, em formato de panfleto, terá ainda um QR Code com um formulário para que as pessoas possam enviar para o ministério informações sobre o local onde a espécie foi vista e/ou capturada, com envio de fotos e imagens.

Fonte: Estadão / Agência Brasil


Postagem Anterior Próxima Postagem