Café conilon de São Gabriel da Palha atinge pontuação recorde após parceria com Ifes


O café produzido na região conseguiu o registro de indicação geográfica. A série Riquezas de Norte a Sul, da TV Vitória, mostra o trabalho desenvolvido na região

Foto TV Vitória

São Gabriel da Palha é a Capital Nacional do Café Conilon e tem a maior cooperativa agrária de café conilon do Brasil, a Cooabriel, que acaba de ganhar a maior Indicação Geográfica (IG) de café conilon em área territorial do Brasil.

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial, o INPI, é a instituição que concede o registro legal de IG no país. O selo atribui reputação, valor e identidade própria. Isso significa que o café conilon da região apresenta qualidade única.

“A partir deste ano, passaremos a comercializar o grão com selo do IG”, comemora o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Batianello. A cooperativa tem 57 anos de atuação, 6.252 associados e 340 colaboradores. E investe em conhecimento e tecnologia.

“Fizemos um convênio com o Ifes de Venda Nova do Imigrante com objetivo de melhorar a qualidade do café conilon, que sempre foi tido como um café ruim. Em apenas quatro meses, o Ifes conseguiu desenvolver um café com alta pontuação: 90 pontos. A gente nunca havia alcançado nem 85 pontos. Queremos mostrar que existe conilon de qualidade”, exalta Bastianello.

Além de ser o berço do café conilon, São Gabriel da Palha também é o terceiro maior polo de confecções do Espírito Santo. A Falani, por exemplo, existe há 33 anos no município. Hoje, as irmãs Raiana e Elaine Batista da Silva estão à frente da fábrica que foi criada pela mãe. Elas produzem cerca de 10 mil peças por mês e vendem para vários lugares do Espírito Santo e até do Brasil.

Outro destaque do município são as fábricas de produção de jeans. Os produtos vão daqui para todo estado. São Gabriel da Palha se tornou referência em qualidade de produção. De acordo com o secretário de Indústria e Comércio, Reuque Milk, a cidade tem mais de 150 fábricas de confecção, desde micro até empresas de médio porte. “As fábricas produzem uma média de um milhão de peças por mês e emprega três mil pessoas”, explica o secretário.

Um dos problemas relatados pelos empresários é a falta de mão de obra em São Gabriel da Palha. De acorde com Reuque Milk, atualmente existem cerca de 500 vagas a serem preenchidas no setor de confecção. Problema também relatado pelos produtores rurais.

“Não tem jovens interessados e nem capacitados para o agronegócio. A mão de obra que temos hoje não é suficiente em tempo de colheita, quando acaba acontecendo um leilão de apanhadores (pessoa que colhe café), encarecendo o produto final”, relata o presidente da cooperativa.

E em São Gabriel também tem oportunidade de emprego numa área bem diferente para uma típica cidade do interior: tecnologia. A região ganhou até um novo apelido: Vale do Silício Capixaba. Empresas, como a Atual Sistemas, atendem empreendimentos daqui do Espírito Santo e do Brasil afora, atraindo programadores de outros estados.

Fonte: Folha Vitória


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