Caso Jonas Soprani: defesa entra com habeas corpus e vereador de Linhares diz que vai se entregar


A defesa do vereador de Linhares Waldeir de Freitas (PTB), que está com um mandado de prisão em aberto por ser apontado pelo Ministério Público Estadual (MPES) como o mandante do assassinato do ativista político Jonas Soprani, entrou com um pedido de habeas corpus na última quarta-feira (04).

Até a noite desta quinta-feira (05), a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que ele não havia dado entrada em nenhuma unidade prisional no Espírito Santo. O vereador segue foragido.

O advogado do parlamentar, Rafael Lima, disse que seu cliente não deixará de acatar a decisão da Justiça. "Ele está acabando de resolver algumas pendências pessoais e também algumas relativas ao mandato dele como vereador, para logo se entregar, se não houver nenhuma mudança nesse sentido", completou. O paradeiro de Freitas não foi informado.

"Independente do pedido de habeas corpus, consideramos a ordem de prisão um ato exagerado. Não há o menor sentido, pois não há fato novo que a justifique. A necessidade da prisão já foi analisada pelo Judiciário duas vezes. No primeiro momento, foi revogada a prisão temporária e, no segundo, o juiz responsável indeferiu o pedido de prisão feito pelo Ministério Público", apontou o advogado.

A Justiça mandou prender novamente o vereador de Linhares na última terça-feira (03). A decisão foi proferida pela 1ª Vara Criminal de Linhares.

O parlamentar já havia sido preso em julho do ano passado em um hotel em Minas Gerais, mas depois teve a liberdade concedida.

Relembre o caso

O ativista político Jonas da Silva Soprani foi assassinado a tiros na noite de 23 de junho de 2021. Ele foi atingido por vários disparos feitos por dois homens encapuzados, quando estava em um bar, no Bairro Novo Horizonte (BNH), em Linhares, norte do Espírito Santo.

Ele era ativista político e atuava fiscalizando políticos da cidade, o que causava incômodos, inclusive ao vereador, como aponta o Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

O ativista político Jonas da Silva Soprani foi assassinado a tiros na noite de 23 de junho de 2021 em um bar em Linhares - Foto: Reprodução TV Vitória


No dia 20 de julho, a Polícia Civil chegou até os suspeitos da execução: os irmãos gêmeos Cosme Damasceno e Damião Damasceno.

De acordo com o MPES, que ofereceu denúncia à Justiça, as investigações apontaram que Waldeir de Freitas foi o autor intelectual e mandante do crime.

Foi apurado que ele auxiliou em parte da execução, no dia do homicídio, indicando exatamente o local onde a vítima estaria. O crime foi cometido com a participação de dois intermediários, além dos dois executores. Todos foram denunciados pelo MPES.

Ainda segundo o Ministério Público, durante a apuração do caso, ficaram comprovadas as relações entre o primeiro intermediário, Cosme Damasceno, e o vereador.

Cosme trabalhou na campanha eleitoral de Waldeir, foi nomeado por ele para trabalhos políticos e recebia ajuda de custo mensal, sem nenhuma contraprestação. Nos meses que antecederam ao crime, Cosme esteve ao menos oito vezes de forma registrada na Câmara de Linhares, para visitar o vereador.

O carro utilizado pelos executores para cometer o crime pertencia a Cosme, que, inclusive, dirigiu o veículo após o homicídio e fugiu do local com os outros dois denunciados. A Polícia Civil encontrou o carro utilizado no crime em Cariacica, no dia 5 de julho de 2021, 12 dias após o homicídio.

Na ocasião, também foi encontrado um veículo com o brasão da Câmara de Vereadores de Linhares estacionado ao lado do carro de Cosme.
O que diz a Câmara de Linhares

A Câmara de Linhares informou que o vereador Waldeir de Freitas não compareceu às últimas sessões ordinárias, mas apresentou atestados médicos em justificativa de ausência.

Complementou que ainda não há procedimento instaurado contra o parlamentar.

Fonte: Folha Vitória


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