A cuidadora de idosos Alessandra Mota Sales, de 23 anos, alega ter sido agredida pela filha da patroa em um apartamento no bairro Vila Laura, em Salvador. O caso aconteceu na quinta-feira (26) e foi filmado pela cuidadora. A Polícia Civil investiga.
No vídeo, as mulheres aparecem discutindo. A filha da idosa diz que a profissional roubou o seu celular e a cuidadora nega. Durante a briga, Alessandra é agredida e xingada pela filha da patroa. Em certo momento, é possível ouvir alguém dizer que ela tem um 'cabelo de merda', mas não é possível identificar se foi a filha da idosa ou uma terceira pessoa que estaria no local.
Por meio de nota, a Polícia Civil disse que investiga o caso de lesão corporal e injúria, e que guia de exame de corpo de delito foi expedida. O g1 questionou a polícia sobre o suposto furto citado pela filha da patroa, mas ainda não obteve resposta.
Denúncia
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Cuidadora relata agressão de filha de patroa — Foto: Acervo pessoal
De acordo com Alessandra, a agressão aconteceu após uma discussão entre ela e a mulher que não quis ser identificada. A cuidadora relata que foi conversar com a filha da patroa sobre algumas insatisfações relacionadas ao trabalho e a mulher passou a ofendê-la. Diante da situação, a cuidadora decidiu iniciar uma filmagem.
"Quando peguei o celular, ela tomou o celular da minha mão e jogou no chão. Eu comecei a filmar, disse para ela falar o que tinha dito. Ela veio para me agredir, puxando meu cabelo, falando que meu cabelo era de merda e eu disse que estava filmando, para ela não me bater", relembra.
Segundo a cuidadora, essa foi a primeira vez que a mulher a agrediu fisicamente durante os quase três meses em que trabalhou na casa. Já as ofensas eram situações que aconteciam com frequência.
O que diz a suspeita
Em entrevista ao g1, a suspeita negou que tenha feito ofensas racistas e confirmou que bateu na cuidadora. Ela disse que as agressões aconteceram após ela demitir Alessandra, que teria permanecido na casa. Após pedir novamente para que Alessandra se retirasse, elas discutiram e a funcionária começou a gravar áudios.
"Eu voltei para o quarto para acalmar minha mãe, que estava nervosa porque ouviu a discussão. Quando voltei para o quarto, o celular que estava na minha mão ficou em cima da mesa da sala. Só que depois ela continuou na casa e eu fui pegar o celular para ligar para a minha irmã para ir até lá resolver, porque ela é mais calma. Quando eu voltei, o meu telefone novinho tinha desaparecido dentro de casa", contou.
Depois de procurar o celular, a filha da idosa foi até Alessandra, afirmando que sabia que ela tinha pego o aparelho. Ela conta que virou a bolsa da funcionária no chão e encontrou o celular.
"Eu peguei o celular do chão e ela bateu o cotovelo dela na minha barriga para que eu soltasse a bolsa. Então eu fui para cima dela e agredi ela muito, não vou mentir para você. Mas fiz isso porque ela queria me furtar", afirma.
Alessandra nega que tenha furtado o celular. Ela diz que, após filmar as agressões da filha da idosa, ela foi subornada para apagar os registros. Quando disse que não apagaria os vídeos, a mulher afirmou que ela sairia da casa como ladra.
'Eu disse que então só sairia de lá com a polícia, porque não iria passar por aquilo, eu não furtei nada, não peguei nada. Ela [filha da patroa] que chamou a polícia", afirma.
Enquanto esperava pela polícia, a filha da idosa contou que trancou as portas de casa para a cuidadora não fugir. Elas foram encaminhadas para a delegacia após a chegada da polícia.
Alessandra disse que realizou exame de corpo delito. Seu advogado, Everton Medrado, afirmou que entrará com ação indenizatória e representará a cuidadora nas questões criminais que envolvem lesão corporal, calunia, injuria racial e cárcere privado.
Já a filha da patroa afirma que tinha uma relação difícil com Alessandra e que já tinha sugerido que ela procurasse outro emprego, pois não estava se encaixando na vaga.
Fonte: G1 BA
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