Mulher é suspeita de matar amigo, assumir identidade e R$ 1 mi em bens dele

Maryana se mudou para casa de Marcelo sob o pretexto de cuidar dele após plástica, mas acabou matando amigo, segundo investigação - Imagem: Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil prendeu ontem, em São Bernardo do Campo (SP), uma mulher de 49 anos suspeita de ter matado o próprio amigo, Marcelo do Lago Limeira, para assumir a identidade dele. Durante pouco mais de um ano, segundo investigações da Polícia Civil, a maquiadora Maryana Elisa Rimes Paulo movimentou R$ 1 milhão em bens da vítima.

As autoridades estimam que Marcelo foi morto em 21 de maio de 2021, mas seu corpo foi encontrado apenas dois meses depois, na Estrada Edgar Máximo Zambotto, que liga a Grande São Paulo ao município de Jundiaí, no interior do estado. Desde o homicídio, Maryana e um comparsa, identificado como Ronaldo Bertolini, utilizavam os cartões e contas bancárias da vítima, segundo informações confirmadas ao UOL pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).

No dia do crime, Maryana teria ido até a casa da vítima sob o pretexto de ajudar em seus cuidados após uma cirurgia plástica. Marcelo estava passando pelo processo de transição de gênero, segundo os investigadores, e tinha acabado de realizar seu primeiro procedimento no rosto. Na última vez, que foi visto por vizinhos entrando na residência, ele estava com a cabeça coberta por faixas.

A vítima vivia sozinha e tinha uma renda fixa com casas que alugava, além de receber apoio financeiro de uma tia. Segundo a polícia, Maryana, que é uma mulher trans, matou a vítima com doses excessivas de remédios e colocou em prática o plano para assumir a identidade do amigo, alegando que era Marcelo e que ainda não havia alterado os documentos após a transição.

"O escrevente narra que uma pessoa do sexo feminino se apresentou com os documentos originais de Marcelo e quando questionada a respeito da divergência entre os documentos masculinos e a figura feminina, a pessoa explicou que havia feito uma transição de gênero e não havia alterado os documentos ainda, mas que se tratava do verdadeiro Marcelo", afirmou o delegado Cristiano Luiz Sacrini Ferreira ao "Hora 1", da TV Globo, explicando o processo usado pela suspeita para ter acesso aos dados dos imóveis da vítima.
Ocultação de cadáver

De acordo com o delegado, Maryana e o comparsa, Ronaldo, alugaram uma chácara em Campo Limpo Paulista (SP), onde queimaram o corpo de Marcelo e, em seguida, tentaram enterrá-lo. Sem sucesso, eles acabaram abandonando os restos mortais na estrada na Grande São Paulo.

Após a ocultação do cadáver e a falsificação de documentos, Maryana passou a receber o dinheiro dos aluguéis das casas da vítima e a mesada que a tia dava a ele. Ela ainda alugou a casa em que Marcelo morava e vendeu o carro dele com uma procuração falsa.

A farsa da maquiadora foi descoberta apenas em abril, quando ela foi a uma agência bancária para tentar movimentar dinheiro em uma das contas do amigo, apresentando a mesma procuração que usou para vender seu veículo. A gerente, que conhecia Marcelo, desconfiou e acionou a polícia.

"A Maryana também se ressentia muito porque ela acreditava que após a cirurgia de transição de gênero, o Marcelo ficaria uma mulher mais atraente, mais bonita do que ela própria", afirmou Sacrini, ao comentar outra suposta motivação do homicídio.

Em contato com a TV Globo, a defesa de Maryana afirmou que só irá se pronunciar depois de conclusão de todo o processo legal. De acordo com a SSP, ela foi encaminhada à Cadeia Pública de São Caetano do Sul, sob um mandado de prisão temporária. Já Bertolini permanece foragido.

Fonte: Uol


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