Grávida de gêmeas fica ilhada por causa da chuva e é resgatada de helicóptero

Adalise e Gizeli estão juntas há 5 anos — Foto: Reprodução/ Acervo pessoal

Uma mulher de 44 anos, que está com 34 semanas de gestação, oito meses de gravidez, teve que ser resgatada de helicóptero na manhã desta segunda-feira (5) na área rural de Santa Leopoldina, região Serrana do Espírito Santo, por estar ilhada há nove dias por causa das chuvas.

A chefe de cozinha Gizeli Menezes está grávida de gêmeas, Malu e Elis, e teve o diagnóstico de anemia há duas semanas e estava tomando medicamentos em um hospital de Vitória. Gizeli mora com a companheira em Santa Leopoldina e após a medicação as duas voltaram para casa.

A grávida contou ao g1 que começou a chover forte e elas não conseguiram mais sair de casa para tomar a medicação e fazer os exames necessários. Uma das bebês está com restrição de crescimento o que preocupou ainda mais a família.

Grávida que estava ilhada há 9 por causa das chuvas dias é resgatada — Foto: Divulgação/Notaer

A vendedora Adalise Almo, companheira de Gizeli, contou que as duas ficaram acompanhando a chuva ir aumentando ao longo dos dias e o medo de não saber como sair de casa para o acompanhamento médico só aumentava.

"Foi uma semana bem difícil. Principalmente a noite quando tinha contração, cólica, era muito tenso. A gente via a água subindo. O mais desesperador é que a chuva não parava. Atrás da nossa casa ainda teve um barranco que desmoronou, a gente assistiu tudo da janela. Nunca tive tanta angústia", relatou Adalise.

A vendedora disse que entrou em contato com os bombeiros e que foram feitas várias tentativas de equipes irem até a casa delas de carro, mas a chuva impedia a chegada.

O casal acionou o helicóptero do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar (Notaer) para pedir ajuda, mas foram informadas de que nem o helicóptero conseguiria pousar no local por conta da má visibilidade.

Gizeli e Adelise foram resgatadas de helicóptero pelo Notaer — Foto: Reprodução/Acervo pessoal

A equipe do Notaer informou que ficou tentando resgatar o casal de helicóptero durante toda a tarde de domingo (5), mas as condições meteorológicas impediam o resgate. Gizeli contou que passou a noite sem dormir, ansiosa e sem saber se conseguiria ser levada para o hospital.

"Momentos de mais nervosismo né, parece que quando você não pode sair do lugar aí que você sente tudo. Eu comecei a sentir algumas contrações mais fortes, já ilhadas. Estavam monitorando a minha pressão e a gente vinha tentando manter a calma. Quanto mais nervosa eu e a Adelise ficássemos era pior 'pras' meninas. O que mais incomodava era o sentimento de você não poder sair do lugar, desespero de estar presa. É uma gravidez gemelar e a gente não sabe o que pode acontecer, e se rompesse a bolsa? Essa noite a gente não dormiu na expectativa desse tempo de segunda-feira ser melhor. Na ansiedade da gente acordar e ter um tempo melhor 'pro' helicóptero poder pousar", contou Gizeli.

Na manhã desta segunda-feira (5), por volta das 7h30 da manhã o helicóptero do Notaer conseguiu pousar em um local seco e resgatou Gizeli e Adelise. As duas foram levadas para o hospital para que Gizeli pudesse ter o acompanhamento médico que precisava.

Após Gizeli ser medicada, o casal teve que alugar uma casa em Vila Velha, porque as bebês podem nascer a qualquer momento. A região onde elas moram ainda está ilhada pelas chuvas.

Gravidez muito esperada

Adalise e Gizeli estão juntas há cinco anos e essa foi a quinta vez que elas tentaram engravidar. Por isso, a apreensão aumentava.

"A gente estava quase desistindo porque o processo quando dá negativo é muito dolorido. Você se prepara, tem esperanças. A gente tinha combinado de fazer só uma vez mas acabamos fazendo cinco, duas em Vitória e três em São Paulo. Estamos tentando há quatro anos", relatou Adalise.

Desde o resultado positivo, Adalise contou que a gravidez de Giseli foi muito saudável. Só na reta final que as precauções aumentaram por conta da diabetes e da condição de uma das bebês.

"Na gestação gemelar é normal ter anemia. É a segunda vez que ela ficou anêmica durante a gestação. Mas a gente foi ficando mais preocupada também com a proximidade do parto e com a bebê que estava com restrição de crescimento", contou Adalise.

Agora o casal espera a chegada de Elis e Malu a qualquer momento.

"Preconceito existe, mas a gente não se importa muito não. A gente não se importa com o que as pessoas pensam", disse Adalise.

Gizeli e Adelise estavam quase desistindo de tentarem engravidar — Foto: Reprodução/Acervo pessoal

Fonte: G1


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