Polícia do ES investiga grupo criminoso que faz sequestros e exige PIX para liberar reféns


Em dois meses, um único bairro de Vitória registrou sete casos de sequestros relâmpagos com exigência de PIX.

A Polícia Militar (PM) está investigando uma possível organização criminosa especializada em sequestro-relâmpago com exigência de PIX para liberação dos reféns em Vitória. As vítimas preferenciais para este tipo de crime são mulheres que estão em automóveis entrando ou saindo de prédios, segundo a PM.

Assaltante rendeu mulher na saída de casa em Jardim da Penha, Vitória — Foto: Reprodução/TV Gazeta

De acordo com a Associação de Moradores de Jardim da Penha, em dois meses pelo menos sete pessoas foram vítimas de sequestro-relâmpago no bairro da capital.

“É uma quadrilha que está fazendo isso. São os mesmos criminosos que estão cometendo esse crime em Jardim da Penha. E por que Jardim da Penha? Porque a situação preferencial deles é agir contra mulher que estão em automóveis, entrando ou saindo de prédios", disse o major Isaac.

Um dos crimes aconteceu na última quarta-feira (4) quando uma mulher que saia de carro do local de trabalho foi abordada por um criminoso.

A vítima foi obrigada a fazer uma transferência bancária via PIX e depois liberada no bairro Santa Martha, também na capital.

Segundo a polícia, até a última atualização, ninguém havia sido preso..

Orientações

Segundo o major, a maioria das vítimas são mulheres, que devem ficar atentas em algumas situações.

"Quando for sair do seu condomínio, da sua casa, do seu local de trabalho, dá uma olhadinha na rua. Viu algum homem e se sentiu incomoda? Homem com boné, máscara de covid, liga para o 190 que a gente vai enviar um carro de polícia para fazer a averiguação preventiva daquela situação", disse o major Isaac.

Outro facilitador para os sequestros-relâmpagos em Jardim da Penha é a falta de porteiro nos prédios do bairro.

"A maioria dos prédios de Jardim da Penha não tem porteiro. O porteiro poderia visualizar essa situação e ligar para o 190. Então, o criminosos se sente mais seguros para fazer essa abordagem", disse.

Segurança reforçada

Segundo a Polícia Militar, para tentar impedir que esses crimes aconteçam, policiais militais estão trabalhando à paisana no bairro.

"Intensificamos o policiamento no bairro, e colocamos recentemente policiais sem farda, fazendo o policiamento no bairro, também à procura desses indivíduos que estão cometendo esses crimes', disse.

Núcleo de investigação

No dia 14 de dezembro, a Polícia Civil anunciou a criação de um núcleo especializado em crimes de sequestro em que as vítimas são obrigadas a realizar transferências bancárias via PIX ou outro sistema de transferência.

Além disso, o núcleo também vai investigar sequestros em que vítimas são deixadas em algum lugar e seus veículos ou outros pertences são levados.

De acordo com o delegado chefe do Departamento do chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) Gabriel Monteiro, o núcleo está utilizando ferramentas de inteligência para tentar identificar os criminosos.

“Esse núcleo já foi criado com policiais treinados e estamos focando ocorrências que têm relação com essa questão da extorsão com restrição de liberdade da vítima. Agora, com ferramentas de inteligência, com cerco de inteligência e outras ferramentas, iremos investigar e, futuramente, estaremos prendendo esses criminosos”, disse Gabriel Monteiro.

Casos recentes

1° caso: No dia 9 de novembro, uma grávida de oito meses sofreu um sequestro-relâmpago por volta das 13h08, na rua Dido Fontes.

Um suspeito abordou a vítima, que obrigou a mulher a abrir a porta do carona e entrar no veículo. Depois de alguns segundos, a vítima sai dirigindo o carro com o assaltante ao lado.

Depois de ser rendida, a grávida foi obrigada a dar voltas com o assaltante e fazer três transferências via PIX, cada uma no valor de R$ 1.000.

2° caso: no dia 1° de dezembro envolveu uma professora de 41 anos, que foi rendida em frente ao prédio onde mora. O bandido entrou no carro, circulou com ela e acabou por libertá-la sem levar nada.

3° caso: na mesma noite do dia 1° de dezembro, uma outra mulher de 39 anos foi rendida e, segundo o boletim da polícia militar, o criminoso conseguiu roubar R$ 8 mil, entre o dinheiro que estava com a mulher e transferência bancária pelo celular.

A polícia acredita que os dois crimes foram cometidos pela mesma pessoa.

4° caso: outro registro foi no dia dezembro foi no dia 12, quando uma dentista de 43 anos foi abordada e sequestrada por criminosos ao sair da aula de pilates no bairro, enquanto entrava no carro.

Segundo boletim de ocorrência da Polícia Militar, a vítima relatou que, no tempo em que ficou em poder dos bandidos, eles a ameaçaram e a obrigaram a fazer as transferências bancárias via PIX.

5° caso: outro caso aconteceu no dia 20 de dezembro, quando mãe e filha foram rendidas no carro da família. De acordo com o depoimento das vítimas, um assaltante, que usava uma máscara e aparentava estar armado, entrou no veículo e seguiu em direção a um shopping localizado na Enseada do Suá.

No caminho até o centro comercial, o criminoso parou na Praia do Canto, onde um comparsa entrou no veículo da família.

Ao chegar no shopping, os assaltantes obrigaram a mãe a preencher um cheque no valor de R$ 2 mil. De posse do mesmo, além do cartão de crédito e o telefone da vítima, os suspeitos fizeram compras no local.

Logo após a ação, os criminosos libertaram a família, fugiram e ainda não foram encontrados, segundo a Polícia Militar.

6° caso: o caso mais recente aconteceu na última quarta-feira (4), quando uma mulher, que chegava do trabalho de carro, foi rendida próximo a uma praça da região e sofreu um sequestro-relâmpago. Na ocasião, os criminosos obrigaram a vítima a fazer uma transferência bancária via Pix.

Fonte: G1 ES


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