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O pão francês pode ficar mais barato, com o aumento da oferta de trigo no mercado interno Arquivo |
Do biscoito do lanche ao prato de comida no jantar, brasileiros podem ver alívio na lista de compras caso a cotação do dólar se mantenha abaixo de R$ 5 — no começo desta tarde, a moeda era negociada a R$ 4,92. Produtos que fazem parte da base da alimentação do país, como massas, ovo e carne, poderão ter valores mais atrativos e pensar menos no orçamento familiar.
Para André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV Ibre), caso o cenário perdure, as commodities devem ficar mais baratas no mercado interno devido à redução do fluxo de exportações. Isso deve ocorrer porque, com a valorização do real no cenário internacional, a exportação de produção nacional se torna menos vantajosa aos parceiros comerciais do Brasil, o que levaria ao aumento da oferta aos brasileiros.
— Mesmo que o Brasil seja um dos maiores produtores de soja, os valores são definidos por um mercado internacional. Se a nossa moeda fica mais valorizada, isso não necessariamente é bom para a gente, porque perdemos competitividade — explica.
Isso faz com que produtos como óleo de soja, massas, ovos e até carnes possam ficar mais atrativos ao mercado consumidor brasileiro. Entre as principais commodities que devem baratear, estão o milho, a soja e o trigo — fundamentais para a alimentação de gado, no caso dos farelos de milho e de soja, e para assar o pão fresquinho nas padarias.
Diante disso, Braz defende que o câmbio deve ser uma das "âncoras" da inflação no país porque, com a redução de demanda, pode ajudar a conter o avanço dos preços.
Fonte: Extra