Cerca de 40% da população poderá sofrer com desmaios

A síncope ou perda transitória da consciência, popularmente chamada de desmaio, é um problema clínico bastante frequente e ainda pouco investigado.

Foto: Divulgação/DINO

Cerca de de 40% da população poderá sofrer com algum tipo de desmaio, conforme as informações da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O problema, definido como síncope ou perda transitória da consciência, é bastante frequente e ainda pouco investigado, e uma parcela dos indivíduos podem ter uma chance de recorrência de cerca de 30% em um ano.

Ana Inês Bronchtein, especialista na área e coordenadora do serviço de atendimento à síncope do Hospital Pró-Cardíaco, da rede Americas no Rio de Janeiro, explica que o problema está relacionado a eventos de perdas transitórias da consciência, causados por baixo fluxo cerebral difuso e momentâneo.

“A síncope vasovagal é uma das causas mais conhecidas que se correlaciona com queda súbita da pressão arterial e/ou dos batimentos cardíacos relacionadas aos 'gatilhos' externos como calor, dor, emoção, medo, ficar muito tempo de pé e estresse mental”, explica a médica.

Ainda de acordo com a especialista, na grande maioria dos casos, na ausência de doença cardíaca associada, os desmaios são benignos e provocados por reflexos do sistema nervoso autonômo. “Por outro lado, em pacientes com doenças do coração relacionados aos da alta complexidade (como infarto, problemas nas válvulas, coração dilatado, entre outros), os episódios podem ser decorrentes de arritmias graves, que envolvem a síncope cardíaca, com necessidade de minuciosa investigação e intervenção imediata pelo alto risco de morte associado a esses eventos”, pondera.

Com relação aos sintomas, Ana Inês informa que as síncopes benignas, na grande maioria, são precedidas por:
  • Mal-estar,
  • Enjoo,
  • Tontura,
  • Palidez,
  • Sudorese,
  • Calafrios,
  • Visão embaçada,
  • Desequilíbrio, entre outros
Ainda de acordo com a especialista, nos casos de desmaios por doenças cardíacas, habitualmente não há esses sintomas e eles podem ser precedidos por palpitações ou dor no coração.

Diagnóstico

Sobre a investigação diagnóstica, a Ana Inês informa que, além da história clínica, exames físicos e especializados deverão ser feitos. Entre eles, o teste da mesa inclinada (tilting table test), voltado exclusivamente para investigação do problema.

“Esse exame consegue detectar disfunções no sistema cardiovascular, que acarretam em quedas repentinas da pressão arterial e da frequência dos batimentos cardíacos, levando à perda de consciência devido à diminuição da oxigenação do cérebro. O procedimento consegue identificar a grande maioria dos casos e os pacientes podem seguir em tratamentos individualizados e direcionados com o devido diagnóstico”, diz a médica.

O Hospital Pró-Cardíaco

Capacitado para o atendimento da alta complexidade em cardiologia, o Pró-Cardíaco possui um parque tecnológico de última geração na especialidade, assim como um corpo clínico de experientes especialistas. A abertura do serviço torna a unidade capacitada para todos os casos de desmaios sem causas definidas.

Sobre a especialista à frente do novo setor, Ana Inês Bronchtein tem mais de 20 anos de experiência dedicados aos temas relacionados à síncope e disautonomia, ou seja, problemas impactam o sistema nervoso autônomo, responsável pelo comando direto das ações automáticas, sem a interferência do indivíduo, a exemplo dos batimentos cardíacos, a pressão arterial, os movimentos intestinais e circulação sanguínea.

Após passagens por respeitadas instituições do país e internacionais, a médica retorna ao Pró-Cardíaco, para estruturar o projeto do serviço, que atua integrado ao heart team da unidade, reconhecido pela alta performance na resolução e assistência de casos ultra complexos.

Sobre o tratamento, dependendo do tipo de síncope, medidas como o aumento do consumo de água, medicamentos e prática de atividade física com exercícios direcionados serão recomendados. “No entanto, nas situações em que são causadas por problemas do coração, alguns tratamentos, com o implante de marcapasso ou do desfibrilador cardíaco precisarão ser realizados", finaliza.

Fonte: Folha Vitória 

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