Enfermeira acusada de matar sete recém-nascidos escreveu diário em que se culpa

Foto mostra a enfermeira Lucy Letby, acusada de matar crianças Reprodução

“Eu sou mal, eu fiz isso”. Apesar de ter escrito essas palavras em 2016, a enfermeira Lucy Letby negou em sessão do tribunal de Manchester, nesta terça-feira, ter matado sete recém-nascidos – cinco meninos e duas meninas. As anotações da acusada são usadas pela promotoria como evidência dos seus supostos crimes.

“Não sei se os matei. Talvez eu tenha. Talvez tudo isso seja para mim”, afirmou a enfermeira em outra anotação do diário. Porém, diante do júri, a versão contada por Lucy Letby é outra. Em seu depoimento, a britânica disse que nunca machucou nenhuma criança e que o trabalho no hospital era a sua vida. Ela afirmou que as acusações que recebe a fazia não querer mais viver.

Os crimes, de acordo com a investigação, ocorreram na unidade neonatal do hospital Condessa de Chester, no noroeste da Inglaterra, no período entre junho de 2015 e 2016. Ela disse que começou a trabalhar na unidade depois de se formar. A enfermeira ainda afirmou que seu diário reflete o estado em que se encontrava em relação a sua estabilidade mental ao receber as acusações.

— Senti que devo ser responsável de alguma forma. Acho que, olhando para trás agora, estava realmente lutando e essa foi uma maneira de expressar o que não era capaz de dizer a mais ninguém — afirmou Lucy Letby sobre o diário que contém anotações sobre as crianças das quais é acusada pela morte.

O júri ouve depoimentos desde outubro de 2022. Entre as acusações, os promotores dizem que Lucy Letby matou dois dos três trigêmeos recém-nascidos com 24h de intervalo, injetando-lhes ar logo após o nascimento.

No depoimento, a enfermeira negou todas as acusações, dizendo que nunca machucaria uma criança sob seus cuidados. Lucy afirmou que fez o seu melhor para cuidar dos recém-nascidos. Em outro momento, a acusada disse que o período em que trabalhou no hospital foi “devastador”.

— Foi simplesmente devastador e mudou toda a minha vida — afirmou ao júri, de acordo com a revista People. — Fiquei perturbada, foi uma mudança de vida. Fui colocada em um papel não clínico do qual não gostei do ponto de vista da autoconfiança, isso me fez questionar tudo sobre mim.

Lucy Letby foi presa por três vezes: em 2018, 2019 e 2020, desde quando aguardou pelo julgamento.

Fonte: Extra


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